Na mesma semana em que descortinou dificuldades maiores do que boa parte dos analistas supunha ao anunciar o corte de cerca de 10% do seu quadro mundial de 140 mil funcionários, a Tesla intensficiou a redução de preços de alguns de seus automóveis elétricos em importantes mercados, como Estados Unidos, China e Europa.
O Model 3, por exemplo, teve o preço reduzido em quase US$ 2 mil na China e agora custa algo próximo a US$ 32 mil. A versão com tração traseira do mesmo modelo já tinha recuado de € 43 mil para € 41 mil semanas antes na Alemanha. E na última sexta-feira, 19, caíram os valores pedidos para quase toda a linha Tesla em US$ 2 mil.
A redução de valores igualmente reflete não só o desaquecimento do crescimento das vendas globais de elétricos, mas reforça que a estratégia da Tesla em se manter fora da oferta de produtos mais baratos, enquanto as principais concorrentes buscam ampliar seus portfólios, pode trazer dores de cabeça ainda maiores para o empresário Elon Musk no curto prazo.
No primeiro trimestre, a montadora californiana, que também tem postergado investimentos em atualizações dos produtos, colheu um pouco desse quadro: as vendas globais ficaram abaixo de 387 mil unidades, 8,5% menores do que em igual período do ano passado. Os investidores têm reagido e só este ano os papeis da Tesla caíram 40%.
O pacote de má notícias para Musk incluiu, também na semana passada, recall de quase 3,9 mil unidades da esquisita picape Cybertruck. A marca vai reparar ou substituir o pedal do acelerador que pode soltar e, em caso extremo, representar risco de acidente grave.
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