Maior segmento do mercado brasileiro, responsável por 47% dos emplacamentos de carros de passeio, os utilitários esportivos alcançaram 255 mil unidades no primeiro quadrimestre de 2024.

O resultado supera em 18% os licenciamentos acumulados em igual período do ano passado, crescimento pouco acima da média de 17,5% do mercado de automóveis e comerciais leves na mesma comparação.

Mas mais do que esse avanço, os SUVs vivem mesmo a consolidação de um novo cenário de protagonismo entre as marcas e de mais e maior diversificação de participações.

Depois de encerrar 2023 pela primeira vez na frente do segmento, com 18% ante 16,1% da segunda colocada Jeep, a Volkswagen, que negocia aqui quatro modelos nacionais e importados, vem gradualmente abrindo vantagem sobre a marca estadunidense.

Mérito do crescimento do Nivus e sobretudo do desempenho do T-Cross, SUV mais vendido no ano passado e também no primeiro quadrimestre de 2024, com 19 mil licenciamentos.

Jeep Commander Blackhawk

De janeiro a abril, o logotipo da montadora alemã estava na grade dianteira de 15,7% (40,2 mil) de todos os utilitários esportivos vendidos no Brasil. Com os licenciamentos somados dos nacionais Compass, Renegade e Commander, a Jeep deteve fatia 13,6% (34,6 mil).

A comparação com igual período do ano passado sublinha  a “nova ordem” entre os SUVs. No primeiro quadrimestre de 2023, a Jeep sustentava sua supremacia de seis anos anteriores com boa margem de vantagem, detinha 19,3% dos licenciamentos ante 16,4% da VW.

Ainda que ambas tenham abocanhado parcelas menores de janeiro a abril deste ano, a desidratação das vendas da Jeep salta ainda mais aos olhos. São quase 6 pontos porcentuais a menos. Se o segmento cresceu 18% na comparação anual, a representante da Stellantis vendeu 17% abaixo, enquanto a VW viu seus licenciamentos avançarem 13,5%.

Na mesma comparação, a terceira colocada, a Fiat, encerrou o quadrimestre com 10,4%, também 1 ponto porcentual abaixo do que tinha um ano antes. Logo a seguir, a fatia da GM baixou de 9,4% para 7,7% e a da Hyundai, de 9,3% para 7,4%.

 

Tiggo 5X sport

Essas variações das líderes explicita também uma maior distribuição dos licenciamentos no segmento com outras marcas. Nos primeiros quatro meses de 2023 essas mesmas cinco marcas responderam 65,8% dos licenciamentos, de janeiro a abril deste ano representaram bem menos, 54,8%.

A diferença de 11 pontos porcentuais foi distribuída, ou melhor, absorvida, em menor grau por Honda, Renault e Nissan e muito mais pela Caoa Chery e pelas novatas BYD e GWM.

Com produção em Anápolis, GO, a Caoa Chery encerrou o quadrimestre com 18 mil SUVs vendidos ou 7% do segmento — ante 5,6 mil unidades e 2,6% há um ano.

Já a BYD passou a ser a décima marca de SUV mais vendida, com 7,5 mil emplacamentos e 2,9% de participação contra 0,2% no primeiro quadrimestre de 2023.

A GWM, que assim como a também chinesa BYD ainda não dispõe de produção local, deu um salto e já aparece com 2,2% das vendas: as 5,4 mil unidades de seu único SUV, o Haval H6.

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Foto: Divulgação

 

George Guimarães
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