Mercado

Os estragos da “greve” do Ibama no mercado automotivo

Fiat tem 1,6 mil pedidos da Titano, mas só vendeu 43 em abril. Lançamentos da Stellantis estão na dependência de aprovação de documentos.

Deflagrado no início do ano, o movimento dos servidores do Ibama reivindicando melhorias salariais e de condições de trabalho segue prejudicando o setor automotivo.

A Stellantis, por exemplo, confirma que suas marcas, a exemplo de outras empresas da área, têm sido fortemente impactadas pela paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente.

Um exemplo claro é a picape Titano, produzida pela Nordex em Montevidéu, no Uruguai. Há 1.600 pedidos do modelo na rede de concessionários e a Fiat só conseguiu entregar 43 unidades em abril.

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“Identificamos, ainda, que muitos pedidos em carteira correm o risco de serem cancelados, já que não há uma previsão de data de entrega”, informa a Stellantis, detentora das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram.

A empresa também está aguardando liberação da documentação necessária para importar veículos a serem comercializados no País, ou seja, o movimento dos servidores do Ibama pode predicar lançamentos da companhia. A Stellantis não especifica quais, mas um deles deve ser o da segunda geração do Peugeot 2008, que deveria vir da Argentina ainda neste primeiro semestre.

“A Stellantis acompanha diariamente o andamento do tema para minimizar ao máximo os impactos junto aos concessionários e consumidores”, destaca comunicado obtido pelo AutoIndústria nesta quarta-feira, 8.

Durante a divulgação do balanço de abril e do quadrimestre, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, adiantou problemas vividos hoje no setor em decorrência do movimento do Ibama. Ele falou tanto em atraso de lançamentos com em prejuízo das vendas de importados, incluindo modelos a combustão e híbridos.

Os carros 100% elétrico não precisam da liberação do Ibama no que diz respeito à emissão de poluentes. Os servidores do instituto não estão efetivamente em greve, mas realizam operação tartaruga e chegam a utilizar o prazo legal de até 60 dias para liberação dos veículos, ante a média de 8 dias registrada anteriormente.

Dentre os lançamentos de importados programados para este mês tem a linha 2025 do Nissan Versa, que vem do México e será apresentando para a imprensa especializada no próximo dia 20, em São Paulo.

A montadora japonesa reconhece que os processos de liberação das importações estão mais longos e podem ter reflexo nas questões logísticas, mas garante que por enquanto não houve alterações nas programações da marca.

Outro importado que está para chegar no Brasil é o furgão Renault Kangoo, produzido na Argentina. Enfrentando atualmente greve dos funcionários da fábrica paranaense, a empresa informa que o Kangoo vem por modal rodoviário. A primeira carga saiu de lá na terça-feira, 7.

A empresa vai monitorar a chegada dos furgões aqui e o processo de liberação dos documentos do Ibama para definir data de lançamento público na rede de concessionárias da marca.


Foto: Divulgação/Fiat

 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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