A Renault está desenvolvendo uma plataforma elétrica autônoma para o transporte público coletivo. Com origem na nova geração do furgão e van Master, será base para, por exemplo, um miniônibus e poderá compartilhar diversas soluções de automação de fornecedores e empresas parceiras da montadora.
Os testes de desenvolvimento, na verdade, estão em curso há alguns anos e a montadora inicia em breve novo ciclo de experimentações. Uma delas com a WeRide, empresa especializada em veículos autônomos e que já tem 700 deles em operação em todo o mundo, quase a metade de miniônibus.
A primeira demonstração prática da parceria acontecerá de 20 de maio a 9 de junho, durante o torneio de tênis de Roland-Garros, em Paris, França.
O ensaio é com veículo de nível 4 de autonomia, capaz de gerir sozinhos situações de condução dentro de ambiente operacional definido, com supervisão remota, mas sem operador embarcado.
No caso dos veículos individuais, a Renault tem centralizado seus desenvolvimentos em tecnologias autônomas de nível 2, que ainda não dispensam o condutor como responsável.
São diversas assistências de condução, como controle de cruzeiro adaptativo, assistência de manutenção de faixa e, pronta para em breve chegar ao mercado, função de ultrapassagem automática.
“Existe uma lacuna significativa de complexidade tecnológica entre os níveis 2 e 3, porque o veículo deve ser capaz de operar com segurança em ambientes complexos com supervisão limitada do condutor”, diz a Renault, que avalia que nesta fase, ainda, o acréscimo de custo para os clientes finais versus os benefícios de condução tende a limitar a demanda.
Em contrapartida, a montadora vê oportunidades tecnológicas mais próximas e compensatórias no transporte público e calcula a necessidade anual de milhares de miniônibus autônomos nos próximos anos, com centenas de cidades europeias ampliando gradualmente zonas de baixa emissão e circulação limitada de veículos particulares.
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Como o “projeto Mach 2”, anunciado no ano passado, e que prevê frota de micro-ônibus elétricos autônomos integrados à rede de transporte público de Chateauroux Metropole, na França, daqui a dois anos.
Os miniônibus autônomos poderão operar 24 horas por dia, 7 dias por semana e serão, segundo a Renault, alternativa eficiente aos ônibus e trens em termos de custos e emissões.
“Os custos adicionais de robotização e automação poderiam ser compensados pela ausência de operadores a bordo. Será necessário um sistema simples de supervisão remota para operar uma frota de veículos”, pondera a montadora.
“Estaremos em condições, muito antes do final desta década, de propor uma solução altamente relevante de miniônibus autônomos e de baixa emissão de carbono para atender às necessidades crescentes dessas regiões”, acrescenta Gilles Le Borgne, diretor de Tecnologia do Grupo Renault.
Foto: Divulgação