Em greve há 15 dias, os trabalhadores da Renault e da Horse terão nova assembleia para definir os rumos do movimento na próxima quinta-feira, 23. No período, estima-se perda de produção da ordem de 8,4 mil veículos e quase 10 mil motores.
Sem negociação entre as partes desde a semana passada, o SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, divulgou nesta terça-feira, 21, a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
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Eles querem PLR, Participação nos Lucros e Resultados, de no mínimo R$ 30 mil, com valor da 1ª parcela de R$ 18 mil para um volume de produção de 201 mil veículos/ano. A Renault está propondo R$ 25 mil e reajuste salarial pelo INPC em setembro.
Na pauta dos metalúrgicos, o pleito é de um reajuste baseado no INPC (previsão de 3,66%) mais o PIB 2022 (3,02%), com índice total de 6,8%.
Com relação ao Vale Mercado, os trabalhadores querem o mesmo porcentual do reajuste salarial mais a incorporação da defasagem salarial do INPC de 2020 à 2024 (8,82%). Com isso, o VM passaria dos atuais R$ 1.040 para R$ 1.700.
O SMC promoveu assembleia informativa virtual nesta terça-feira, ocasião em que divulgou a liberação de fundo de greve para ajudar os trabalhadores. Segundo a entidade, a montadora cortou os salários dos trabalhadores e quem aderir ao fundo de greve vai receber até R$ 1 mil. Desse valor, R$ 20 serão doados para ajudar o SOS Rio Grande do Sul.
A paralisação da fábrica da Renault em São José dos Pinhais, PR, e das operações da Horse, de motores, começou no último dia 7, gerando instauração de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho, TRT, por parte da Renault e duas audiências de conciliação.
Mas as partes seguem intransigentes. O SMC alega serem necessárias melhorias nas condições de trabalho na linha de produção, “marcada por ritmo intenso e falta de empregados, dois fatores que colocam a segurança e a saúde dos trabalhadores em risco”.
Com base nesse argumento, o sindicato reivindica a criação de 300 novos postos de trabalho, melhorias no convênio médico e implantação de cargos e salários no setor de logística.
“Os trabalhadores estão abertos para negociar um ambiente de trabalho com mais segurança, porém, tem que haver vontade por parte da Renault. A empresa, de forma intransigente, adotou uma postura de não diálogo, querendo impor ao trabalhador uma condição que somente atende aos interesses dela”, argumenta o presidente do SMC, Sérgio Butka.
De acordo com a entidade sindical, a fábrica da Renault possui cerca de 5 mil trabalhadores, dos quais 3,5 mil na produção. A unidade opera em dois turnos. A fábrica da Horse, que produz os motores da Renault, possui cerca de 600 trabalhadores, produzindo atualmente 900 motores\dia.
Foto: Divulgação/Renault
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