Além da aprovação de novo seguro obrigatório, a Stellantis destinou R$ 3 bilhões para a fábrica de Porto Real, a Audi começou a vender os novos Audi A4 e A5 com a tração quattro e uma nova marca chinesa, a Neta, diz que vai fabricar no Brasil
Rebatizado de Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT) depois de passar pela Câmara dos Deputados e aprovado no Senado, no último dia 8, recebeu alguns aperfeiçoamentos em relação ao anterior DPVAT. No entanto, se o seguro anterior já denotava conotação de imposto, essa dúvida se dissipou agora. SPVAT é, de fato, um imposto por mais que o Governo Federal tenha preocupação de salvar as aparências.
Cabe ressaltar a necessidade de um seguro desse tipo como acontece na maioria dos países. Afinal, um acidente com vítima em que não é possível identificar e processar o motorista ou motociclista, levou à criação desse evidente instrumento de proteção social. Infelizmente, pois já acontecia antes, mesmo que o proprietário do veículo comprove que possui por conta própria um seguro em favor de terceiros, estará obrigado a pagar de novo com toda conotação de taxa obrigatória.
Segundo o que está na nova lei, as coberturas foram um pouco ampliadas e vai gerar indenizações nestes casos: morte, invalidez permanente total ou parcial, além de reembolso de despesas com assistência médica, serviços funerários e reabilitação profissional das vítimas que possam ter desenvolvido invalidez parcial. O valor do prêmio (preço do seguro) ainda não foi revelado, porém estimativas apontam para algo em torno de R$ 50,00 a R$ 60,00 por ano, a partir de 2025.
O antigo DPVAT, antes de sua extinção por etapas anuais decrescentes entre 2016 e 2021, tinha o valor original estipulado em R$ 105,65. Sob esse aspecto há uma evolução para melhor. Todavia, precisa ter em conta a frota real. Se os cálculos atuariais foram feitos de acordo com os registros do Denatran, que só controla emplacamentos, mas não veículos que saem de circulação, o valor amigável de R$ 50,00 pode se dissipar. Tudo porque a frota verdadeira para arrecadação é bem menor (cerca de 40%, incluídas as motos).
Os R$ 3 bilhões faltantes para fechar os R$ 30 bilhões, no período 2025-2030, que o conglomerado Stellantis de cinco marcas e três fábricas anunciou para o Brasil foram confirmados, conforme esperado, para a unidade de Porto Real (RJ). Como a fabricante transferiu a marca Peugeot para a Argentina, o grupo só produz localmente os modelos Citroën, Fiat, Jeep e Ram.
Emanuele Cappellano, presidente do grupo para América do Sul, afirmou que “este ciclo de investimentos apoiará o lançamento de um novo produto, inédito, e que certamente será forte competidor”. Deixou a entender, assim, que para a unidade fluminense virá marca e modelo diferentes. Um produto como o Jeep Avenger híbrido flex, menor que o Renegade e bastante adequado ao mercado brasileiro, enquadra-se nesta pista deixada pelo executivo italiano para 2026. Estará ao lado dos Citroën C3, C3 Aircross e Basalt (este já no início do segundo semestre).
Rumores, no entanto, indicam que a produção de motores em Porto Real, já bastante limitada, deverá ser encerrada em breve. O processo de descontinuidade das unidades motrizes de origem PSA (Peugeot Citroën) enquadra-se na estratégia de integração do grupo. Foi reservado para Betim (MG) o desenvolvimento e manufatura dos motores flex para micro-híbridos, híbridos plenos, híbridos plugáveis e, por fim, os 100% elétricos.
O Avenger tem origem PSA, porém recebe a marca Jeep por sua força comercial.
A encomenda prévia de 2.000 unidades desde o ano passado animou a Volvo para a chegada agora ao mercado do crossover elétrico EX30. Fabricado na China pela Geely, que é proprietária da marca sueca há 14 anos, tem dimensões semelhantes às do Compass com distância entre eixos de 2.650 mm e 4.233 mm de comprimento. Seu estilo é atraente e a parte dianteira está bem resolvida inclusive ao aplicar o emblema da marca. Visto de traseira não empolga.
Motor de 272 cv, 35 kgf·m e tração traseira bem de acordo com parcela ponderável de motoristas que apreciam essa solução. A fabricante informa 0 a 100 km/h em bons 5,3 s, apesar da massa de 1.830 kg. Bateria 69 kW·h permite alcance médio de 338 km, padrão Inmetro. Porém, a bateria menor de 51 kW·h corta o alcance para limitantes 250 km. Rodas têm 18 pol., enquanto as outras duas versões utilizam as de 19 e 20 pol. Porta-malas com bom volume, 318 litros, mas sem estepe, que no Brasil pode trazer dissabores, se os pneus sofrerem danos maiores.
O interior traz uma solução incômoda ao eliminar o quadro de instrumentos, deslocado para a enorme tela vertical central que concentra funções em demasia e distrai o motorista. Preços seguem padrões chineses: R$ 229.950 a R$ 293.950.
Ao completar 30 anos no Brasil, a Audi valoriza ainda mais seus elegantes sedãs com a pureza de linhas e qualidade de acabamento dos modelos A4 e A5, ambos com tração integral quattro. À exceção do A3, todos os demais modelos da marca dos quatro anéis entrelaçados vendidos aqui dispõem de tração 4×4 (87% do total). Os motores quatro-cilindros são os mesmos 2-litros: 204 cv e 32,6 kgf·m. Curiosamente o Jetta GLI vem do México com motor igual, porém com 231 cv e 35,7 kgf·m.
A principal diferença entre eles é que o A5 se trata de um liftback, onde o vidro traseiro integra-se à tampa do porta-malas. Isso deixa o modelo com massa um pouco maior: 1.685 kg, 40 kg a mais que o sedã tradicional A4. Em termos de desempenho quase nada muda: 0 a 100 km/h em 6,8 s (6,7 s, no A4). Em ambos, câmbio automático de sete marchas. Porta-malas de 465 litros (A5) e 460 litros (A4).
Em um circuito demarcado por cones no campo de provas da Goodyear, em Americana (SP), com piso molhado, ambos demonstraram equilíbrio e agilidade, além de resposta bastante precisa da direção. Tração nas quatro rodas permanente proporciona segurança e prazer ao dirigir. Os preços partem de R$ 333.990 (A4 quattro) e R$ 359.990 (A5 quattro).
Com um portfólio na origem de sete modelos, sendo quatro SUVs, um hatch, um sedã e um elegante cupê esportivo (este o único apresentado no primeiro evento da marca na capital paulista), a Neta tem planos audaciosos para atuar no Brasil. Os primeiros produtos importados da China, todos elétricos, chegam entre junho e julho próximos.
A empresa não confirmou, mas o que se espera são um SUV do porte do Song Plus, um hatch do mesmo tamanho do Dolphin e o Neta GT, sendo este provavelmente na configuração mais poderosa com 462 cv, 63,2 kgf·m e tração 4×4. Alcances declarados no padrão chinês são otimistas demais e nem ensejam menção.
A Neta é uma fabricante de capital privado, mas recebe participação minoritária do governo chinês, que fez um recente aporte financeiro para jogar pesado no mercado internacional. Como o Brasil iniciou o processo paulatino de aumento do imposto de importação sobre elétricos, a instalação de uma fábrica aqui está nos planos já para 2025. Natural que a unidade fabril da Toyota em Indaiatuba (SP), em processo de desativação, esteja nos planos.
Fotos: Divulgação
Com reforço no portfólio de semipesados, expectativa da marca é de dobrar ao menos dobrar…
Produzido em Taubaté, modelo inédito chegará no mercado brasileiro em 2025
No compromisso pela descarbonização, marca passa a dispor sob consulta modelo B100 flex
Presidentes da Anfavea e da NTC&Logística foram enfáticos quanto à importância do programa no contexto…
Modelos eActros eCanter rodarão em 2025 em operações de oito empresas clientes da marca
Anúncio foi feito pelo presidente da montadora na Fenatran, também palco de lançamento do Iveco…