Quase um ano depois de anunciarem a disposição de ter empresa única para o desenvolvimento e produção de motores e após a avaliação positiva das autoridades econômicas, Renault e Geely abriram as portas oficialmente, em 31 de maio, da Horse Powertrain Limited.
A nova fabricante mundial de motores e componentes de powertrain, na verdade, já está em operação há meses ao reunir estruturas produtiva, técnica e comercial originais dos dois grupos controladores, que detêm participação igualitária. Em todo o mundo, são 17 fábricas, cinco centros de Pesquisa & Desenvolvimento, nove clientes em 130 países e cerca de 19 mil funcionários.
No Brasil, fornece os motores utilizados pelos automóveis e comerciais leves produzidos pela Renault. Não por coincidência, sua fábrica integra o complexo industrial da montadora localizado em São José dos Pinhais, PR, e até já enfrenta sua primeira greve, inciada no começo de maio e que ainda não tem resolução à vista.
O Conselho de Administração da Horse terá seis cadeiras, metade para cada um dos grupos detentores. Para presidência foi escolhido Daniel Li, enquanto o CEO é Matias Giannini, engenheiro mecânico formado pela Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, SP, e que vinha atuando como vice-presidente executivo de vendas da Vitesco Technologies.
A Horse objetiva alcançar € 15 bilhões em receitas e 5 milhões de motores ao ano. Para isso, terá no portfólio sistemas híbridos, motores de combustão interna, transmissões e soluções de bateria.
“ A parceria comoa Geely para criar um novo player com capacidade e experiência para desenvolver motores de combustão interna de emissões ultrabaixas e tecnologias híbridas de alta economia é fundamental para o futuro. Através do Horse, o Grupo Renault pode alcançar liderança e escala mundial num setor que representa mais de 80% do seu negócio”, comemorou Luca de Meo, CEO do Grupo Renault.
“Para que a indústria alcance emissões líquidas zero nas próximas décadas, as sinergias globais, as múltiplas tecnologias e a partilha de conhecimentos são cruciais. A Horse terá portfólio, escala e capacidade para oferecer as soluções de baixas emissões que a indústria automotiva de amanhã exige”, complementou Eric Li, presidente da Geely Holding.
LEIA MAIS
→ Trabalhadores da Renault e Horse seguem em greve
Em comunicado, os dois grupos afirmaram que o setor demandará combinação de várias tecnologias de motorização, incluindo a combustão interna altamente eficientes, combustíveis com baixo teor de carbono e hidrogênio para a descarbonização “num mundo onde mais de metade dos veículos produzidos dependará de motores de combustão até 2040”.
A Horse já contabiliza como clientes além do Grupo Renault e da Geely Auto, também Volvo Cars — pertencente ao grupo chinês —, Proton, Nissan e Mitsubishi, e diz estar pronta para atender clientes em todo o mundo.
Foto: Reprodução/Linkedin