Conforme já era esperado, a produção de veículos recuou em maio. Saíram 167 mil unidades das linhas de montagem, queda de 24,9% sobre as 222 mil de abril.

Houve questões pontuais, como as chuvas no Rio Grande do Sul, que levaram à paralisação de montadoras e fornecedores no Estado, e a greve na Renault, além do menor número de dias úteis.

Ao divulgar os dados do setor, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, fez questão de ressalvar dados positivo do mês, com destaque para o nível de vagas diretas nas montadoras, que chegou a 103.299, um crescimento de 1,3 mil empregos em relação a abril e de 3,1 mil sobre maio de 2023.

Como a cada uma vaga aberta pelas montadoras são gerados dez novos empregos em toda a cadeia automotiva, pode-se falar em 13 mil novos postos criados em maio e 31 mil em um ano.

“É o melhor nível desde novembro de 2022, indicando os primeiros reflexos positivos dos recentes investimentos anunciados no setor”, comentou o executivo, admitindo que as chuvas no Sul ainda poderão ter reflexos na produção do setor, assim como o crescente aumento de venda de modelos importados.

Em função desses dois fatores e também da queda contínua nas exportações, o presidente da Anfavea admitiu que no próximo mês, que marca o início do segundo semestre, a entidade poderá revisar projeções de produção para o ano.

Perdas em maio

Por causa das enchentes no Sul, a indústria automotiva deixou de produzir 12 mil unidades em maio. No total, por conta de greve e férias coletivas, como as concedidas pela Volkswagen, a perda chegou a 43 mil unidades.

No acumulado dos primeiros cinco meses do ano a produção atingiu 942,8 mil veículos, incluindo leves e pesados, alta de 2,9% sobre os 926,8 mil do mesmo período de 2023.

Sobre a produção no Rio Grande do Sul, Lima Leite comentou que ela está sendo retomada mas ainda não atingiu 100% de normalidade: “São de mais de 500 fornecedores lá, mais de 600 concessionários. Ainda teremos reflexo da chuva neste mês”.

As vendas internas também foram afetadas pelos mesmos fatores que prejudicaram a produção. Houve queda de 12% em maio, com os emplacamentos baixando de 220,8 mil unidades em abril para 194,3 mil, incluindo veículos leves e pesados. Mas no acumulado de 2024 verifica-se crescimento de 15,7%, para 930 mil unidades.


Foto: Divulgação/VW

Alzira Rodrigues
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