A Abeifa, associação que reúne importadores e fabricantes de veículos no País, não encontra razão taxar veículos com o chamado Imposto Seletivo, criado no projeto de regulamentação da Reforma Tributária, em especial para modelos elétricos. O texto, aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira, 10, seguiu para o Senado.

“É uma anomalia (tributo extra para veículos elétricos)”, sentenciou Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, durante seu encontro com jornalistas à frente da associação, na quinta-feira, 11. “Se o problema é o descarte da bateria, que a discussão seja essa e, certamente, existirão formas de dar uso às baterias sem agredir o meio ambiente.”

Para o dirigente, faria mais sentido o escalonamento da taxação conforme a eficiência do veículo. “Criar uma escala entre os mais e menos poluidores faz mais sentido. Seria uma forma mais correta para argumentar contra o que se estabeleceu.”

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Godoy também se coloca completamente contra à reinvindicação da Anfavea de antecipar a alíquota de 35% do Imposto de Importação sobre veículos eletrificados, prevista somente para entrar em vigor a partir de julho 2026.

“Não somos contra o aumento, mas queremos a previsibilidade que o cronograma de aumentos nos proporcionou. Mudar as regras no meio do jogo não faz sentido.”

O presidente da Abeifa lembra que o argumento de risco de paralisação de fábricas e redução nos volumes de produção são frágeis. “Os veículos importados representam apenas 10% do mercado total, enquanto as exportações derretem. Barrar importações é uma péssima medida para o País. Não se pode desequilibrar o mercado em função da ameaça de um único importador, no caso os chineses.”

Godoy reforça que time da associação já articula no Brasília para que a eventual mudança de regras não avance. “O próprio vice-presidente e ministro do MDIC (Geraldo Alckmin) já se posicionou contra”, lembra.


Foto: Abeifa/Divulgação

Décio Costa
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