Aindústria brasileira de motocicletas registrou em 2024 a maior produção para o primeiro semestre em doze anos. Das fábricas do Polo Industrial de Manaus, PIM, saíram no período 868,1 mil motocicletas, 13,5% a mais do que igual período do ano passado.
Em junho, foram montadas 106, 3 mil motos, 11,5% acima do mesmo mês de 2023 e 33,8% inferior ao registrado em maio. Essa retração, afirma Abraciclo, era esperada devido às férias coletivas das associadas e programadas com antecedência.
O resultado dos seis primeiros meses do ano consolida a recuperação do setor desde o fim da pandemia. Marcos Bento, presidente da entidade, classifica a produção de 2024 como extremamente positiva e que tem sido estimulada pelo cenário macroeconômico favorável, apesar da recente oscilação do dólar.
As vendas internas, na verdade, estão se constituindo como locomotiva a puxar o ritmo das linhas de montagem. No primeiro semestre, foram negociadas no varejo 933,3 mil motos, maior volume também em 16 anos e 19,3% acima da primeira metade de 2023. Só em junho, foram licenciadas 165,9 mil unidades.
O índice de crescimento da produção poderia ter sido até maior, caso as exportações não estivessem em encolhimento. De janeiro a junho associadas da Abraciclo exportaram 15,7 mil unidades, sensível retração de 23,5% na comparação com o mesmo período de 2023.
Em junho, foram embarcadas 2,2 mil 38,4% inferior ao resultado do mesmo mês do ano passado e quase a metade do mês anterior.
“Parece contraditório, mas por termos produtos de alta qualidade, exportamos para os Estados Unidos, Canadá e França, por exemplo. Nosso países vizinhos têm legislação menos exigente e consomem produtos mais baratos, menos sofisticados”, diz o dirigente, que aponta também o recuo do mercado argentino, importante destino da produção nacional como outro fator que contribuiu para a queda nos embarques.
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Exportações em queda, ao lado de dificuldades logísticas geradas por fatores climáticos, como potencial seca nas principais vias fluviais no entorno de Manaus, e as enchentes no Rio Grande do Sul, são fatores que fazem a Abraciclo apenas a manter as projeções para todo 2024.
No começo do ano, a entidade estimou produção de 1,69 milhão de motos, apenas 7,4% maior, exportações crescendo 6,3%, para 35 mil unidades, e o mercado interno no varejo saltando de 1,58 milhão no ano passado para 1,7 milhão em 2024, crescimento de apenas 7%.
Bento até admite que pode rever as projeções em algum momento nos próximos meses, mas prefere a cautela: “Por enquanto, estamos trabalhando para cumprir com as metas previstas para o segundo semestre e alcançar os objetivos iniciais.”
Foto: Divulgação
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