Precisamente um ano depois de anunciar sua chegada ao Brasil, a Seres interrompeu suas operações comerciais, segundo apuração da AutoEsporte. A rigor, não se pode dizer que muita coisa mudará daqui para frente. Na prática, a marca chinesa ainda não havia justificado sua presença no mercado brasileiro.

Segundo a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, somente oito unidades dos modelos 3 e 5, somados, teriam sido emplacadas no primeiro semestre inteiro.

Uma realidade bem distinta do que fez crer cerimônia realizada em outubro do ano passado, em São Paulo, quando John Zhang, presidente do Grupo Seres, e Sérgio Lucas, presidente da Seres Brasil, além de representantes da marca de países vizinhos, assinarem protocolo no qual a empresa chinesa estimou vendas de 50 mil veículos na América do Sul em três anos.

É raro, portanto, “trombar” com um  elétrico ou híbrido Seres nas ruas brasileiras ou mesmo em outros mercados que não o chinês, ainda que a marca projete exportar 200 mil veículos para todo o mundo até 2027 e 500 mil até 2030.

Ainda este ano, prometeu a Seres, seriam apresentados seis modelos das linhas 5, 7 e 9 em mercados de vários continentes, alguns aqui na América do Sul. Em março, duas unidades do utilitário esportivo E5 PHEV chegaram ao Brasil para processo de homologação.

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A Seres Brasil, pertencente aos proprietários dos grupos Bel Energy, Sergio Lucas, e Holding M2, Arthur Marcial, sediados respectivamente no Estado de São Paulo e no Distrito Federal, apresentou o pioneiro elétrico modelo 3 ainda em julho do ano passado, por R$ 240 mil, e esperava fechar 2024 com portfólio de cinco modelos.

Na época, a sede da empresa em Barueri, SP, seguia em obras e os interessados em comprar o utilitário esportivo dispunham somente de canal digital, pelo qual a negociação é direta entre a marca e o consumidor final, seja pessoa física ou jurídica. O veículo poderia ser retirado na própria empresa ou entregue em casa.

Posteriormente, chegou a abrir duas lojas físicas, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, RJ. A Seres Brasil, entretanto, prometia constituir rede de concessionárias nas principais cidades brasileiras. Não esclareceu, porém, o número de pontos, localização deles nem mesmo o cronograma para a sua constituição.

A posição oficial da empresa

Consultada por AutoIndústria, a Seres emitiu nota oficial na qual afirma que “está passando por um período de reestruturação comercial marcado pela mudança de estratégia comercial”.

A empresa acrescenta que o plano inicial de fazer vendas diretas está sendo substituído pelo estabelecimento de uma rede de concessionárias. “A fabricante já tem uma lista com opções para a abertura de concessionárias. Até o momento, cerca de 15 grupos já manifestaram interesse pela marca.”

“Durante este período de transição, houve uma postergação na chegada de novas unidades devido ao sucesso comercial dos modelos da marca na China. Isso diminuiu muito a disponibilidade de unidades para outros mercados. As operações no Brasil continuam, com teste drives e pedidos abertos aos clientes. A expectativa é que, após a fase de reestruturação, o modelo E5 seja oficialmente lançado no país. As primeiras unidades deste veículo já desembarcaram e um novo lote com mais 24 unidades está previsto para chegar até agosto.”

A Seres acrescentou ainda que a falta de agenda nos laboratórios brasileiros credenciados para homologação foi outro fator a atrasar a chegada dos veículos ao mercado. “Uma das possibilidades para apressar esse processo é fazer os testes de laboratório requeridos na China, com a presença de técnicos brasileiros”, afirmou José Augusto Brandimarti, chefe de operações da Seres no Brasil.

A nota conclui com a afirmação de que “dentro de período aproximado de 90 dias, correspondente ao tempo de reestruturação, a Seres confirmará seus planos para o mercado brasileiro”.

  • Texto atualizado às 15h38.

Foto: Divulgação

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