O número merece mesmo um registro histórico: a Jeep é a primeira marca a superar 1 milhão de utilitários esportivos vendidos no Brasil. A conta, porém, considera apenas os três modelos nacionais fabricados no complexo industrial da Stellantis de Goiana, PE, inaugurado há apenas nove anos.
A história de sucesso e a ascensão dos chamados SUV’s, atual maior segmento do mercado interno, responsável por quase a metade dos licenciamentos de automóveis de passeio, está intimamente ligada à trajetória recente da marca estadunidense e do trio Renegade, Compass e Commander.
Antes do primeiro Renegade sair da linha de montagem pernambucana em 2015, a categoria era apenas a quarta maior, com 10% das vendas. Hatches pequenos e modelos de entrada estavam à frente na preferência do consumidor brasileiro, com 25% dos licenciamentos cada, seguidos pelos sedãs pequenos, que respondiam por 17% do total negociado.
Desde então os SUV’s ano a ano ampliaram sua fatia, também com a chegada de muito concorrentes motivada, em boa parcela, pela súbita ascensão da participação da Jeep. Não fosse ela, talvez o perfil do mercado brasileiro seria diferente, com os utilitários esportivos com menor protagonismo.
O “canto da sereia” dos utilitários esportivos ficou evidente, de fasto, em 2015. Um ano antes, com 3,1 mil licenciamentos de seus modelos importados, a Jeep deteve 0,1% de participação em automóveis e não aparecia nem entre as 20 mais mais negociadas.
Já em 2015, o primeiro de produção em Goiana, a marca venderia 41,8 mil unidades, 12 vezes mais, e saltaria para 2%. A partir de então vendas e participações só aceleraram. De 59 mil e 3,5% em 2016, passaram para 88,2 mil e 4,7% em 2017, 107 mil e 5,1% em 2018, 129,5 mil e 5,7% em 2019, e 110,1 mil e 6,8% em 2020.
Os recordes de emplacamentos de 148,8 mil unidades e de 9,5% de participação foram alcançados em 2021, quando a Jeep, mesmo limitada a um segmento de mercado, alcançou a condição de quinta marca mais vendida do País, atrás somente das montadoras generalistas Volkswagen, Fiat, GM e Hyundai.
Em 2022, com 8,7%, e no ano passado, com 7,3%, a penetração foi menor, mas ainda assim garante à marca a sexta colocação no ranking das mais negociadas. São índices elevados para quem, na prática, tem apenas três veículos em um único segmento.
Nos sete primeiros meses de 2024 a Jeep negociou 65,7 mil veículos, tem 6,4% de penetração, mas sustenta a sexta colocação, apesar da enxurrada de novos concorrentes nacionais e importados de tradicionais e marcas estreantes que aportaram nas revendas de dois anos para cá.
Com 29,3 mil licenciamentos, quase a metade do total, o Renegade é o modelo mais vendido da marca em 2024. O SUV compacto, porém, dispensa o “quase” no levantamento histórico e, de fato, tem a metade de todas as vendas da Jeep ao longo desses nove anos. Atingiu precisos 500 mil emplacamentos há cerca de um mês.
É dele também o maior volume registrado por um Jeep em um único ano. O recorde foi registrado em 2021: 73,9 mil unidades, suficientes para garantir pela segunda vez o título de utilitário esportivo mais vendido do País.
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Dos 500 mil restantes, o Compass, lançado em 2016, respondeu por cerca de 450 mil unidades. Tornou-se, rapidamente, referência e o SUV médio a ser batido desde então.
Mesmo tendo vários produtos em faixas inferiores de preço, foi o utilitário esportivo mais vendido em 2017 e 2018, embora em números absolutos tenha sua melhor marca, 70,9 mil unidades, em 2021. Novamente segue como líder entre os médios em 2024, com 27,5 mil emplacamentos.
Mais novo veículo montado em Pernambuco, o Commander chegou às revendas em agosto de 2021 como produto topo de linha e único da Jeep com configuração para 7 lugares. Fecha a conta de 1 milhão com 46 mil mil unidades negociadas nesses três anos e recorde anual de 22,3 mil em 2022.
Foto: Divulgação
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