Indústria

Montadoras seguem na expectativa da definição do IPI Verde

Fórum promovido pela Quatro Rodas debateu as direções rumo à descarbonização

A indústria automotiva segue na expectativa quanto à definição dos termos do  decreto referente ao IPI Verde, prometida pelo vice-presidente e titular do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para a primeira quinzena de agosto.

O tema foi um dos debatidos no Fórum Quatro Rodas Direções – Descarbonização, promovido pela publicação na manhã desta terça-feira, 20, com participação de representantes da Anfavea, da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, e das montadoras GWM, Renault, Stellantis, Toyota, Volkswagen e Volvo, além do dirigente da Enel Xe.

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Foram três blocos de debates, um sobre etanol, outro sobre carro elétrico e, por fim, sobre híbridos. A questão do IPI Verde foi abordado no último painel, que teve a participação de Henry Joseph Jr., diretor técnico da Anfavea, Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, e Roberto Braun, diretor de Comunicação da Toyota.

“O IPI Verde foi debatido em várias reuniões das quais participamos, mas não sabemos exatamente o que vai ser publicado. Estamos aguardando o decreto”, comentou Joseph Jr., lembrando que em paralelo ao IPI Verde está sendo discutido o Imposto Seletivo, aquele que coloca os carros no mesmo bloco de bebidas e cigarros.

Na avaliação do diretor técnico da Anfavea, é essencial que a questão da descarbonização, prevista no IPI Verde, tambem seja considerada no Imposto Seletitvo, previsto na reforma tributária: “O próprio Mover fala em tributação mais sustentável a partir de 2027. É nesse contexto que esperamos que o híbrido seja devidamente contemplado”.

Gondo, da Renault, lembrou que há modelos à combustão, como o Kwid, que são econômicos por serem mais leves. O executivo insistiu em suas falas sobre a importância de o País ter carros 0 km acessíveis ao bolso do brasileiro, pois sem volume de mercado não há investimento.

“Sem contar que é fundamental renovar a frota brasileira para que o País realmente trilhe o caminho da descarbonização”, destacou o presidente da Renault, que não revelou data de lançamentos de modelos híbridos da marca no Brasil.

Também o diretor da Toyota, Roberto Braun, nada quis adiantar sobre os dois novos modelos híbridos programados pela montadora para o mercado local. A marca japonesa foi pioneira no híbrido flex, inicialmente com o Corolla e depois com o Corolla Cross Flex, que tem tido sucesso o País.

Etanol e carregamento dos elétricos

No primeiro bloco do fórum, com o tema “O protagonismo do etanol no futuro da mobilidade brasileira”,  João Irineu, vice-presidente da Stellantis América do Sul, voltou a enfatizar a importância do biocombustível brasileiro no processo local e também mundial da descarbonização: “Poucos países têm frota igual a nossa. É uma das de menor baixo carbono do mundo”, enfatizou.

Roger Guilherme, gerente do WAY to Zero Center da VW do Brasil, defendeu a necessidade de haver mais comunicação sobre os benefícios do etanol para o meio ambiente.

Nesse contexto, foi colocada a importância de se acabar com alguns mitos relativos ao nosso biocombustível, como os referentes a eventuais problemas de partida e danos ao motor. “Está tudo superado e é preciso mudar a mentalidade do brasileito”, comentou João Irineu.

No bloco sobre “A relação do brasileiro com o carro elétrico e os novos desafios”, o principal foco foi a infra-estrutura local de abastecimento.

Ricardo Bastos, da ABVE, falou da necessidade de profissionalização nessa área para dar total tranquilidade aos proprietários dos modelos eletrificados. “Não tem energia de graça, é natural que a cobrança faça parte do processo de ampliação dos pontos de abastecimento no País. Certo é que o quilômetro rodado do carro elétrico é muito mais barato, assim com a manutenção”.

Tanto Bastos como Guilherme Galhardo, head de eletrificação da Volvo Cars, destacaram o baixíssimo índice de problemas com baterias dos carros elétricos já em uso no Brasil: “Esse era uma preocupação antes, mas hoje já podemos falar que é um problema praticamente inexistente. No nosso caso, o índice  é de apenas 0,8”.


 

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Alzira Rodrigues

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