A União Europeia decidiu rever o tamanho da dose da “vacina” que pretende aplicar provisoriamente para defender sua indústria automobilística da concorrência dos veículos elétricos a bateria fabricados na China.
A Comissão Europeia reduziu de 48% para 38% o teto das tarifas de importação adicionais proposto em junho e que passaram a vigorar interinamente a partir de julho. Coincidência ou não, as vendas dos carros chineses elétricos recuaram sensivelmente no mês passado nos principais mercados europeus.
A taxação definitiva, entretanto, tem início previsto para novembro em índices determinados para cada montadora. O porcentual dependerá do nível de incentivos do governo chines identificado pela investigação iniciada pelo bloco europeu e também da colaboração das próprias empresas para o esclarecimento das eventuais vantagens obtidas.
Por enquanto, as tarifas praticadas têm enormes diferenças. Os carros da BYD, por exemplo, passaram a recolher, além dos 10% da tarifa comum da União Europeia, mais 17% de imposto de importação, enquanto os da SAIC pagam quase o teto, 37%, e os da Geely, 19%.
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Os carros fabricados na China pela estadunidense Tesla, como o Model 3, foram mais beneficiados, já que não teriam os incentivos governamentais desfrutados pelos produtos das marcas locais. Com a revisão para baixo divulgada na terça-feira, 20, a penalização é de 9%, menos da metade do que os 20,8% inicialmente determinados pela Comissão Europeia.
A sobretaxa definitiva para os elétricos chineses deve ser submetida à aprovação dos países membros da União Europeia até o encerramento de outubro. Mas o bloco diz que aceitará a colaboração das montadoras nas investigações até o fim deste mês.
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