É o que projeta estudo da Anfavea e BCG em cenário que contempla medidas adicionais às já anunciadas
AAnfavea promoveu nesta sexta-feira, 27, encontro com os presidentes das principais entidades do setor automotivo, dentre as quais Sindipeças, Fenabrave e ABVE, para detalhar estudo realizado em conjunto com a BCG, Boston Consulting Group, sobre descarbonização no setor.
Na próxima semana o levantamento será apresentado para representantes de todos os ministérios envolvidos na questão, mostrando dois cenários possíveis: um com base no que já está em andamento e outro mais otimista, que leva em conta ações ainda em estudo, como a inspeção técnica veicular e a renovação de frotas.
Pelo cenário mais promissor, os modelos eletrificados vão responder por 90% das vendas de veículos leves em 2040 — índice previsto em 50% para 2030 — e o etanol representará 60% do consumo total de combustíveis.
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Do total dos carros e comerciais leves eletrificados, 55% seriam 100% elétricos e o restante híbridos, dos quais apenas 10% híbridos leves. No outro cenário, os eletrificados chegariam a 86%, dos quais 40% totalmente elétricos.
No segmento de pesados, as novas tecnologias devem representar 56% em 2040 e a participação do biodiesel e do HVO pode chegar a 30%.
Por parte da Anfavea, o detalhamento do estudo — que já tinha sido mostrado parcialmente na coletiva de imprensa da entidade no início do mês — foi feito pelo vice-presidente Luiz Carlos Moraes.
“O setor automotivo por gerar uma redução de 280 milhões de toneladas na emissão de CO2 nos próximos 15 anos, com potencial de chegar a 400 milhões se algumas medidas forem implementadas no período, dentre elas a inspeção técnica veicular e renovação da frota””, destacou Moraes.
O protagonismo do Brasil no processo mundial de descarbonização, por conta dos seus biocombustíveis, foi amplamente destacado, tanto pela Anfavea como pelas entidades convidadas, em especial o Sindipeças e a ABVE.
Os representantes da BCG mostraram pesquisa feita com 65 fornecedores, dos quais 70% confirmaram investimentos adicionais para acompanhar a evolução do setor automotivo nesse sentido.
Com relação aos 3 mil consumidores de veículos leves consultados, 16% indicaram intenção de comprar um modelo 100% elétrico. Entre 2019 e 2023, a oferta de veículos eletrificados no mercado brasileiro passou de 46 para 126 modelos.
O diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr., insistiu na necessidade de medidas adicionais às já anunciadas ou em andamento, lembrando que pelas projeções do estudo as vendas de eletrificados em 2040 vão chegar a 2,44 milhões de unidades, ante as 132 mil do ano passado.
“Temos de ter produção local, não podemos seguir importando mais eletrificados do que fabricando localmente. Além disso, importante considerarmos que a redução de CO2 não depende só do veículo, mas sim de todo o ecossistema”, destacou e executivo.
Resultado de 13 meses de pesquisas, consultas e reuniões, o estudo “Avançando nos caminhos da descarbonização automotiva no Brasil” está disponível no site da Anfavea a partir desta sexta-feira, 27. Foram ouvidas mais de 5 mil pessoas, além de entidades brasileiras e do exterior.
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