As informações não foram ainda oficializadas pela empresa, mas chegaram a público por meio de boa fonte, ninguém menos do que Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores da montadora. Segundo a dirigente ligada ao IG Metall, poderoso sindicato alemão, a Volkswagen estuda fechar ao menos três fábricas e dispensar milhares de funcionários na Alemanha.
No últimos meses, a maior fabricante de veículos europeia afirmara enfrentar dificuldades geradas pelos elevados custos produtivos europeus, necessidade de altos investimentos na eletrificação do portfólio de produtos e estagnação ou queda de seus principais mercados consumidores — Europa e China em particular.
Por conta disso, reconheceu, estava analisandoa redução de sua estrutura produtiva na Europa. No mês passado, Oliver Blume, CEO do grupo, enfatizou a necessidade de a empresa “agir de forma decisiva”.
Já Thomas Schäfer, CEO da marca Volkswagen, afirmou que as fábricas alemãs não são suficientemente produtivas e que os custos delas são de 25% a 50% acima do desejado.
LEIA MAIS
→ Grupo Volkswagen e Stellantis revêem para baixo resultados mundiais em 2024
Nesta segunda-feira, 28, Cavallo, em assembleia com centenas de funcionários de Wolfsburg, sede da VW, não especificou quais plantas poderiam ser fechadas nem quantos empregos na Alemanha estariam sob risco, mas informou que a ideia da empresa é reduzir em 10% os salários e que nenhuma fábrica está livre de cortes.
A dirigente aproveitou o discurso para pedir que o governo elabore um plano para auxiliar a indústria alemã.
“Não estamos distantes quando se trata de analisar os problemas. Mas estamos a quilômetros de distância nas respostas para eles.”
Daniela Cavallo
Cavallo se reconheceu as dificuldades de mercado enfrentadas pelos fabricantes de veículos europeus e evidenciadas com o aumento da concorrência chinesa, motivo das sobretarifas adotadas pela União Europeia para importação de elétricos montados no país asiático e que tiveram clara oposição da Alemanha.
Na quarta-feira, 30, a Volkswagen deve divulgar os resultados do terceiro trimestre. São esperadas quedas nas vendas e nos lucros.
Sobre os eventuais cortes de pessoal e encerramento de fábricas, a montadora limitou-se a dizer que a situação é “grave” e que todos os lados têm a responsabilidade de salvaguardar o futuro da empresa.
Foto: Divulgação