Depois das informações de que a empresa estaria estudando o fechamento de pelo menos três fábricas na Alemanha, o balanço financeiro do terceiro trimestre, divulgado nesta quarta-feira, 30, trouxe novas más notícias para o Grupo Volkswagen, a maior montadora europeia.

O conglomerado, que faturou € 78,5 bilhões, viu seu lucro operacional recuar nada menos do que 42% no período, para € 2,86 bilhões, e a margem operacional limitar-se a 3,6% — 2% no caso específico da divisão Volkswagen, a principal do grupo, que tem fraco desempenho comercial.

Segundo a empresa, os resultados foram impactados ainda por custos elevados. Servem também para que a montadora reitere a necessidade de corte de custos e reestruturação das operações industriais na Alemanha. Segundo Daniela Cavallo, representante do comitê dos trabalhadores, o grupo estaria disposto a fechar pelo menos três fábricas no País, demitir perto de 140 mil pessoas e reduzir salários em 10%.

“Os resultados de nove meses sublinham a importância de cumprirmos os programas de desempenho que lançamos para todo o grupo, realçam a necessidade urgente de reduções significativas de custos e ganhos de eficiência”, afirmou Arno Antlitz, CFO do Grupo VW, durante a apresentação dos números do trimestre, na qual destacou que a montadora espera um fim de ano melhor, com a chegada de novos produtos em vários mercados.

Com atual cenário global, o grupo considera que venderá perto de 9 milhões de veículos Volkswagen, Audi, Porsche e Skoda em 2024, o que significaria queda entre 2% e 3%, e faturamento próximo de € 320 bilhões, € 2,3 bilhões a menos do que no ano passado. Antlitz projeta margem do grupo de cerca de 5,6%.

Volkswagen - produção - Wolfsburg

De janeiro a setembro, a receita foi de € 237,3 bilhões, ligeiramente acima dos € 235,1 bilhões faturados em igual período do ano passado. A evolução, admite o grupo, se deve ao crescimento serviços financeiros já que o resultado da divisão automotiva foi 1% menor, com as vendas de 6,5 milhões de veículos, 4% menos do que em 2023.

A empresa, porém, comemora o crescimento de 4% das entregas ao clientes finais na na América do Norte e 16% na América do Sul, enquanto amarga queda de 1% na Europa Ocidental e, sobretudo, o recuo de 12% na China.

A Volkswagen revelou os números do terceiro trimestre no mesmo dia em discutiu com os sindicatos a reivindicação de  base salariais 7% maiores dos trabalhadores alemães, que também ameaçam paralisações caso a montadora decida demitir e fechar fábricas no País pela primeira vez em quase 90 anos.

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Tanto quanto a estagnação e queda dos principais mercados — o europeu encolheu cerca de 2 milhões de veículos desde a pandemia — e aumento da concorrência de produtos chineses na Europa, os trabalhadores acusam a administração do grupo gestão de tomar decisões erradas e de destruir um precioso consenso sobre a tomada de decisões.

“A Volkswagen abriu a caixa de Pandora ao encerrar a segurança no emprego e outros acordos coletivos, colocou em risco a confiança de seus funcionário”, afirma Thorsten Groeger, representante e negociador do sindicato IG Metall.


Foto: Divulgação

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