De cada dez modelos eletrificados vendidos no Brasil, seis são SUVs, uma realidade que teve peso relevante na decisão da Stellantis de estrear a sua tecnologia híbrida flex no mercado brasileiro com dois modelos do gênero da sua marca líder, a Fiat.
Pulse e Fastback acabam de ganhar as versões Impetus T200 Hybrid AT e Audace T200 Hybrid AT, que chegam nas concessionárias até o final de semana.
Os preços foram reajustados em apenas R$ 2 mil em relação aos cobrados pelas mesmas configurações exclusicamente a combustão. Na Impetus, a tabela é de R$ 125.990 (Pulse) e R$ 151.990 (Fastback) e na Audace, na mesma ordem, de PR$ 140.990 e R$ 161.990
Durante a apresentação das novas versões nesta terça-feira, 5, os dirigentes da Fiat fizeram questão de enfatizar a redução no consumo de combustível de 12% (Fastback) e 10% (Pulse), na média, em relação aos modelos movidos exclusivamente a combustão, com consequente redução de emissões de CO2.
E também ressaltaram a democratização da eletrificação no País que a Fiat promove ao aplicar pequeno reajuste de 1,6% nas opções com sistema híbrido flex.
“Queremos liderar no Brasil a transformação tecnológica rumo à eletrificação”, destacou Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, para antecipar que já em 2025 outros produtos da empresa, incluindo de outras marcas, passam a incorporar a tecnologia Bio-Hybrid desenvolvida no centro de engenharia de Betim, MG.
Segundo Márcio Tonani, vice-presidente do Tech Center Stellantis, o motor T200 Hybrid das versões híbridas leves do Fastback e do Pulse “segue como o 1.0 mais potente do segmento, com 130cv e 20,4 kgfm de torque, agora com melhor consumo e eficiência energética”.
No ciclo urbano, o Fastback teve uma redução no consumo de combustível de 11,5% quando abastecido com gasolina (9,8% no etanol), enquanto no Pulse o porcentual de redução é de 10,7% tanto na gasolina quanto no etanol.
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“O motor elétrico multifuncional do sistema híbrido dual-battery da Fiat substitui o alternador e o motor de partida”, explica Tonani. “É capaz de gerar torque adicional para o motor térmico do veículo e energia elétrica para carregar as baterias de chumbo-ácido de 68Ah e de íon de lítio de 11Ah, ambas de 12V, que fornecem energia ao motor elétrico”.
Ao contrário do sistema híbrido da Toyota já disponível no Corola e Corola Cross, o motor elétrico dos modelos da Stellantis lançados agora não traciona as rodas.
São considerados híbridos leves, mas contam com todos os benefícios dos modelos eletrificados, como, por exemplo, estarem isentos do rodízio em São Paulo.
“A revisão das novas versões é idêntica a das demais das duas linhas e a bateria tem garantia de 8 anos”, informou o vice-presidente da marca Fiat, Alexandre Aquino, que espera crescimento das vendas dos dois SUVs a partir da chegada da motorização híbrida ao mercado.
As versões híbridas dos dois SUVs têm preço intermediários entre as de entrada e as topo de linha (Abarth no caso do Pulse e Limited e Abarth no Pulse). A Fiat confirmou que a partir do ano que vem a oferta das versões Impetus e Audace serão exclusivamente na opção híbrida.
Veja os quatro modos de operação do sistema híbrido da Stellantis:
1. e-Start & Stop: quando o veículo para completamente, o sistema desliga o motor a combustão, economizando combustível. Nas desacelerações, o motor a combustão permanece em funcionamento sem injetar combustível, priorizando a regeneração de energia
2. e-Assist: assistência do motor elétrico ao motor de combustão. Durante acelerações e retomadas, as baterias de lítio e chumbo fornecem energia para o motor elétrico, que gera torque adicional para o motor de combustão, reduzindo o consumo de combustível do veículo.
3. Alternador Inteligente: dois modos de funcionamento que dependem da condição das baterias. No modo alternador, as baterias de chumbo-ácido e/ou íon de lítio estão com baixos estados de carga, e o alternador inteligente permite o carregamento das baterias. No modo neutro, as baterias de chumbo-ácido e/ou íon de lítio estão carregadas, e o alternador inteligente permite que as baterias mantenham as cargas elétricas do veículo.
4. e-Regen: regeneração de energia durante desacelerações. A função de regeneração converte energia mecânica em energia elétrica, que é armazenada nas duas baterias – chumbo-ácido e íon de lítio. O sistema é capaz de regenerar até 25% da energia que seria desperdiçada em um motopropulsor convencional.
A Fiat explica que esse modos de operação formam um ciclo sequencial que será representado no novo painel digital, com 7 polegadas na versão Impetus e 3,5 polegadas na Audace, com imagens representativas de cada fase para que o motorista consiga gerenciar a eficiência do veículo.
A Stellantis anunciou investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030, prometendo mais de 40 novos modelos e oito powertrains, incluindo opções híbridas e 100% elétricas.
Foto: Divulgação
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