A produção de veículos na Argentina superou 52,4 mil unidades em outubro, a maior de todos os meses de 2024. Apesar disso, o resultado representa somente uma ligeira variação positiva de 0,9% frente a igual mês do ano passado e crescimento de 5,7% sobre setembro último.

No dez primeiros meses do ano, saíram das linhas de montagem do país vizinho 414 mil automóveis e comerciais leves, queda substancial de quase 20%. O segmento de automóveis foi o de pior desempenho até agora, com decréscimo de 24,2%, para 197,3 mil unidades.

Mesmo com uma melhora no último bimestre, dificilmente o setor reverterá o vermelho no ano. Em 2023, foram fabricados na Argentina 610,7 mil automóveis, picapes e utilitários leves, a maior quantidade em nove anos e mais do que o dobro de 2020, quando a pandemia da Covid-19 paralisou as linhas por semanas e somente somente 257 mil unidades foram montadas, o menor volume em  duas décadas.

Tanto o mercado interno quanto as exportações não têm ajudado na recuperação dos volumes produzidos de 2024. Os embarques para outros países chegaram a 40 mil unidades no mês passado, também o melhor desempenho mensal, mas no ano encolheram 6,5%.

Dos 255,8 mil veículos que cruzaram as fronteiras rumo a outros mercados até outubro, nada menos do que 182,5 mil, 71%, foram consumidos pelos brasileiros, que até ajudaram um pouco mais, comprando 7,5 mil unidades a mais do que nos dez primeiros meses de 2023.

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Também o ritmo dos negócios na própria Argentina acrescenta dificuldades extras. De janeiro a outubro, as vendas das montadoras para os concessionários de 321,8 mil veículos representaram queda de 8,6% na comparação anual — mesmo com as 43,6 mil unidades entregues e que superaram em 7% o resultado de igual mês ano anterior.

De qualquer maneira, se repetir no último bimestre o resultado médio de setembro e outubro, o mercado argentino pode equiparar as 406,9 mil unidades de 2023, o melhor resultado desde 2018, quando 681,9 mil automóveis e comerciais leves negociados.

Se assim for, ficará ainda a menos de meio caminho dos 963, 9 mil veículos de 2017, melhor resultado da história do mercado local, mas então com os produtos importados respondendo por dois terços do total, contra cerca de 49% este ano.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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