A Caoa Montadora foi escolhida para fabricar o veículo de número 15 milhões da Chery em todo o mundo. O modelo eleito para representar o marco histórico da fabricante chinesa, alcançado em exatos 25 anos, foi um Tiggo 8 PRO, apresentado na linha de montagem da fábrica de Anápolis, GO, em celebração simultânea com a sede da Chery em Wuhu, na China.

Com 17 anos de operação e 6 mil funcionários, Anápolis produz, além do Tiggo 8, outros dois modelos: os também utilitários esportivos Tiggo 5X e Tiggo 7. Novos produtos estão a caminho, já que a Caoa Montadora encaminha ciclo de investimentos de R$ 3 bilhões de 2024 a 2028 — metade até 2025 —, recursos que também permitirão aumento da capacidade produtiva e modernização da planta.

A produção do veículo número 15 milhões sublinha o atual prestígio da parceria da Caoa Montadora com o Grupo Chery, iniciada em 2017, quando a empresa brasileira assumiu a operação comercial da marca chinesa, assim como a produção de veículos nas plantas de Anápolis e também de Jacareí, SP, unidade fechada em maio de 2022 e que ainda segue com destino incerto.

Caoa Chery

Com uma forte renovação do portfólio de produtos, com a exclusão de quatro modelos e a hibridização do restante da linha, o que implicou em preços médios mais elevados, a já então marca Caoa Chery teve um 2023 de desafios e vendas que recuaram 13,5% frente ao ano anterior, enquanto o mercado avançava quase 10%.

Esse desempenho mudou drasticamente em pouco tempo. Com os novos produtos e versões que caíram no gosto e especialmente no bolso de mais clientes, a Caoa Chery já estabeleceu seu recorde histórico de vendas transcorridos apenas dez meses de 2024.

No período, foram licenciadas 50,4 mil unidades, um enorme salto de 118% sobre os emplacamentos de igual período do ano passado. A participação da marca no segmento de automóveis também dobrou, de 1,7% chegou a 3,2%.

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A Caoa Chery é a atual 11ª marca de veículos de passeio mais vendida no Brasil, bem à frente de empresas tradicionais e generalistas, como Peugeot e Citroën, que têm, respectivamente, 1,3% e 1,7% de penetração em automóveis. Ou seja: nem mesmo juntas superam a concorrente.

O índice de crescimento da marca pertencente ao Grupo Caoa é seis vezes maior do que, por exemplo, o da Nissan, que teve a maior variação positiva, 26%, entre as nove marcas mais negociadas no País. A exceção à frente da Caoa Chery é, naturalmente, a BYD, 10ª colocada, mas cuja base de comparação de 2023 é diminuta e distorce qualquer comparação.

Sozinho, o Tiggo 7 é responsável por praticamente metade das vendas da marca, com 24,7 mil licenciamentos acumulados nos dez primeiros meses de 2024. Há um ano, estava bem atrás do Tiggo 5X e Tiggo 8, mas quintuplicou os 5 mil licenciamentos de então.

A catapulta para as vendas do modelo tem o sobrenome Sport. A versão, apresentada em fevereiro, entregou conteúdo por preços a partir de R$ 135 mil, pelo menos R$ 35 mil abaixo das opções então existentes do modelo.

Não à toa consumidores tiveram que esperar de três a quatro meses para ter um e, ainda assim, estão alavancando também a trajetória da Caoa Chery rumo a um patamar ainda mais alto de vendas e que podem superar com alguma folga as 60 mil unidades licenciadas já 2024.

Bom indicador disso é que, além da média crescente dos últimos meses — foram 6,2 mil emplacamentos somente em outubro —, Annuar Ali, vice-presidente da Caoa Montadora, calcula que a Anápolis deve encerrar o ano com produção aproximada de 76 mil veículos, muito perto de atual capacidade instalada de 80 mil unidades anuais, mas que está sendo dobrada.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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