Em outubro, a Stellantis já havia revelado que seu CEO, Carlos Tavares, deixaria o cargo no fim de 2025 para se aposentar. Neste domingo, 1 de dezembro, porém, o executivo pediu demissão e antecipou o fim de sua trajetória na montadora que ajudou a constituir ao capitanear a fusão entre PSA e FCA, há menos de cinco anos.
Tavares vinha enfrentando dificuldades políticas internas depois perder vendas, sobretudo na América do Norte – queda de 17% de janeiro a setembro nos Estados Unidos —, e antecipar resultados financeiros pouco satisfatórios para 2024, após o valor da ações recuarem 38% nos últimos doze meses.
Em nota curta, o Conselho de Administração da Stellantis afirmou que aceitou a renúncia “com efeitos imediatos” e que a nomeação do novo CEO será concluída no primeiro semestre de 2025. Até lá, a montadora será comandada por Comissão Executiva Interina, presidida por John Elkann, presidente do Conselho de Administração.
“O sucesso da Stellantis desde a sua criação está enraizado em um alinhamento perfeito entre os acionistas de referência, o Conselho e o CEO. No entanto, nas últimas semanas surgiram diferentes opiniões que resultaram na decisão do Conselho e do CEO de hoje”, afirma no texto Henri de Castries, diretor independente da Stellantis.
Coube a Elkann manifestação mais protocolar e política: “Nossos agradecimentos a Carlos pelos anos de serviço dedicado e pelo papel que desempenhou na criação da Stellantis, além das reviravoltas anteriores da PSA e da Opel, colocando-nos no caminho para nos tornarmos um líder global em nossa indústria”.
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Tavares foi o executivo global de maior destaque na última década. Ao assumir a PSA Peugeot Citroën, em 2014, conseguiu rapidamente reverter o forte quadro de dificuldades da empresa francesa e na sequência também da recém adquirida Opel.
Com esse cacife, foi escolhido para alinhavar e estruturar a fusão do grupo francês com a ítalo-americana FCA – Fiat Chrysler Automobiles que resultou na Stellantis, montadora que reúne nada menos do quinze marcas de automóveis e comerciais leves e desde sua criação presidida pelo próprio executivo.
Com 66 anos, o português também acumulou passagem importante na Renault comandada então por Carlos Ghosn. Na Stellantis, enfrentou, no último ano, problemas com a rede de concessionárias das marcas Jeep, Chrysler e RAM por conta dos altos estoques e produtos cm preços pouco competitivos e até mesmo com o poderoso sindicato dos trabalhadores UAW
Foto: Divulgação
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