Os trabalhadores da Volkswagen começam a cumprir as ameaças de paralisações nas fábricas alemãs. Nesta segunda-feira, 2, funcionários de nove plantas da montadora interromperam as atividades por várias horas afetando a produção de veículos e componentes.
As greves de curto período, ou de advertência, servem para pressionar a montadora, que pretende demitir e fechar pelo menos três fábricas em seu país de origem como recursos para driblar custos elevados e seus principais mercados de veículos elétricos estagnados ou em declínio.
Daniela Cavallo, chefe do comitê dos trabalhadores, representação que tem metade dos assentos do conselho de supervisão da empresa, presidiu assembleia com os funcionários da fábrica de Wolfsburg, sede e principal planta da Volkswagen. A produção ficou paralisada por cerca de duas horas.
“Esta greve de advertência está ocorrendo para sublinhar nossas demandas legítimas. A crise na VW só pode ser resolvida junto com a força de trabalho, e não contra ela”, afirmou a dirigente.
Além do prometido fechamento de fábricas e dispensa de pessoal, a VW quer que os trabalhadores aceitem reduzir em 10% seus salários, ajudando assim a redução dos custos em um período de queda na demanda associada ao crescente avanço de veículos elétricos chineses mais baratos.
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Para evitar as demissões de milhares de colaboradores, o sindicato IG Metall propôs € 1,5 bilhão em economias, incluindo redução de horas de trabalho e renúncia a bônus. A VW rejeitou a ideia alegando que essas medidas teriam apenas efeito de curto prazo diante da necessidade de uma mudança estrutural que assegure mais competitividade nos próximos anos.
Um nova rodada de negociações entre a cúpula de dirigentes da Volkswagen e representantes dos trabalhadores está marcada para daqui exatamente uma semana, em 9 de dezembro.
Foto: Divulgação