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Vendas à vista ainda dominam mercado automotivo

Anfavea acredita que participação dos negócios a prazo vá saltar de 45% para 50% em 2025

Apesar de melhorias registradas este ano, a concessão de crédito no mercado automotivo ainda está aquém de números tradicionais no setor e também dos índices registrados em outros países, onde as operações a prazo dominam as vendas.

Conforme dados divulgados pela Anfavea por ocasião da divulgação do balanço do ano, as vendas a prazo chegaram a 45% nesta reta final de 2024, o que significa que as compras a vista ainda dominam, com 55%.

Houve avanço em relação a 2022/2023, quando os negócios financiados chegaram a atingir índice de 70%, um quadro inverso do que historicamente sempre ocorreu no setor.

O problema, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, não são necessariamente os juros, ainda em níveis elevados. “É fundamental saber se o banco tem apetite para emprestar. A economia está boa, os números são favoráveis, mas ainda há restrições na hora de conceder crédito”.

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De cada dez fichas preenchidas, só 6,5 são aprovadas, ou seja, há espaço para aumento de concessão de crédito no setor, que vem crescendo mesmo sem um maior suporte dos bancos.

As vendas de veículos no País cresceram 15% até novembro, projetando-se para o ano perto de 2,6 milhões de unidades, ante as 2,3 milhões de 2023.

Os juros para o consumidor estão na faixa de 25,5% ao ano, também segundo dados divulgados pela Anfavea. É o dobro da taxa Selic, que subiu para 12,25% esta semana e já tem previsão de ir para 14,25 no começo do ano que vem.

Apesar da alta da Selic, o presidente da associação das montadoras acredita que haverá aumento da participação das vendas a prazo de 45% para 50%:

“Acreditamos que em 2025 os negócios financiados e a vista serão similares. A inadimplência esta baixa e tem o marco legal de garantia já em vigência que vai favorecer a concessão de crédito”.

Lima Leite também comentou sobre as oscilações no dólar, projetando para 2025 que ele fique em R$ 5,6. Na sua avaliação, a alta do dólar não chega a ser nefasta para o setor. “Ela favorece as exportações e dificultam as importações. O dólar não é problema”.


 

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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