Mensurar o valor de veículos usados nunca foi tarefa das mais fáceis. Em passado nem tão distante, colaboravam, sem dúvida, levantamentos transformados em tabelas de jornais impressos e também a percepção dos próprios profissionais de mercado.

Essa missão, contudo, ficou ainda mais complexa em anos recentes com a exponencial expansão do universo de milhares de modelos e versões de diferentes marcas, anos, quilometragem, mas sobretudo pelo alcance das ofertas por meio dos muito canais de vendas online.

Agora a variação de preços é uma constante do mercado. A mesma versão de um carro do mesmo ano cotada em São Paulo pode ser oferecida por valor bem mais acessível no vizinho Paraná ou além. Mas quais as verdadeiras condições do veículo?

Em questão de dias, até em horas, o preço não será mais o mesmo com a oferta de um terceiro ou vários veículos similares motivada pela própria procura. Identificar quanto vale um carro daqui a dois pode representar um bom negócio ou, por outro lado, evitar perdas.

A Autorola, empresa dinamarquesa presente em mais de duas dezenas de países, sublinha que a definição do preço obedece ainda o volume do veículo em estoque, o segmento de mercado e as próprias estratégias de vendas das concessionárias e revendedores.

A depender do tamanho da operação, a precificação equivocada pode representar margem anual de 5% a 20% menor ou, no caso de um revendedor médio, dezenas ou até centenas de milhares de reais por ano.

Parte dos revendedores independente de usados e seminovos, que devem negociar perto de 15,5 milhões em 2024 — recorde histórico e mais de cinco vezes o revigorado mercado de novos —, já reconhece a montanha a escalar com este novo cenário e tem buscado alternativas para manter a sintonia fina dos preços com a realidade fluida das ofertas.

Uma delas é a inteligência artificial. A própria Autorola já oferece no Brasil e tem milhares de clientes para a Indicata, plataforma digital dedicada ao mercado de usados e seminovos capaz de analisar centenas de milhares de anúncios na internet e determinar o comportamento de preço de veículo específico.

Barros: preços equivocados podem levar a perdas anuais robustas.

 

Os números impressionam: são mais de 500 mil anúncios online avaliados em todo o País diariamente.

A partir dessa imersão, o serviço pode informar ao assinante, seja concessionária, revendedor independente ou até banco, qual o valor ideal daquele veículo, a média de tempo para vendê-lo — conhecido como índice Giro de Mercado (GDM) — e valores de concorrentes, dentre outras variantes.

A Autorola já contabiliza perto de 14 mil usuários da Indicata, que avalia ainda dados de locadoras, bancos, seguradoras e frotistas.

A consolidação e ampliação desse serviço, porém, é apenas parte das ambições da empresa no País, onde chegou em 2013, mas que somente nos últimos anos diversificou atuação e segmentos.

“Temos meta audaciosa de, nos próximos cinco anos, quintuplicar a operação. Já temos nosso portfólio completo também aqui”, enfatiza Marcelo Barros, diretor-geral da Autorola no Brasil.

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Dentre os serviços, a empresa criou sua própria plataforma B2B na qual fabricantes de veículos, concessionários, lojistas e bancos disponibilizam seus estoques e inventário à venda em nível nacional.

“A confiabilidade dos anunciantes, somados a laudos cautelares e fotos detalhadas permitem negociação de carros que, na maioria das vezes, não são analisados presencialmente, o que facilita transações à distância”, reforça Barros.

Outro produto é o Fleet Monitor, que analisa o inventário de veículos do clientes, disseca os valores imobilizados, delineia estratégia para desmobilização, venda ou troca do estoque. A oferta de grandes lotes de um único modelo  pode desvalorizá-lo, exemplifica a Autorola.


Foto: Divulgação

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