Maior crescimento do mercado brasileiro desde 2007, maior expansão em vendas entre os dez principais mercados globais, 100 mil novos empregos gerados em toda a cadeia automotiva, melhor semestre em vendas dos últimos 10 anos e maior ciclo de investimento da história: R$ 180 bilhões entre montadoras e autopeças.

O quadro que abriu a apresentação do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, na última coletiva de imprensa do ano, dia 12 de dezembro — intitulado “2024, um ano histórico a ser celebrado” — resume bem o bom momento vivido pelo setor automotivo brasileiro.

Um resumo que pode ser recheado com as apresentações feitas por diferentes montadoras em seus encontros de final de ano com a imprensa, todas elas com dados positivos sobre 2024 e mensagens de otimismo com relação a 2025.

Um ano em que muitas marcas comemoram não só aumento de vendas mas também lucros no Brasil, o que contrasta com operações em outros países, onde se fala em fechamento de fábricas e demissões (veja no final de texto os links para as principais matérias).

É o caso da Stellantis, cuja atuação na América do Sul será destaque na reunião do board neste final de ano (29 de dezembro), e da Volkswagen do Brasil, que fecha 2024 com lucro no País pelo quarto ano consecutivo. Também Ford e Honda comemoram os números deste ano, assim como Mercedes-Benz, Iveco e Volkswagen Caminhões e Ônibus, outra que também fecha no azul.

Só por parte das montadoras foram quase 10 mil contratações ao longo do ano, com o efetivo superando 108 mil trabalhadores. “Para cada emprego novo na montadora, são mais dez na cadeia automotiva, ou seja, 100 mil gerados no setor”, enfatizou Lima Leite.

As vendas internas registram crescimento de 15% este ano no Brasil, ante os 10,5% de expansão no Canadá e 9,4% no México. Nos demais grandes mercados mundiais — China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha – as altas estão abaixo de 4%, enquanto no Japão o número de emplacamentos recuou 7,2%.

Mover na base de tudo

Anunciado na virada de 2023 para 2024, o Mover Mobilidade Verde, novo regime automotivo criado pelo governo para o ciclo 2024-2028, dá a tão sonhada previsibilidade que o setor sempre pediu para convencer as matrizes e atrair investimentos para cá.

Como destacou o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, ao participar da entrevista coletiva da Anfavea em dezembro, “paradoxalmente temos previsibilidade”.

Tanto ele como o presidente da Anfavea fizeram questão de elogiar o momento atual do mercado automotivo brasileiro, que tem tudo para seguir crescendo em 2025 tanto em vendas como em produção. As projeções indicam altas de, respectivamente, 5,6% e 6,8%, para 2,8 milhões e 2,75 milhões de veículos.

De negativo no ano, o péssimo primeiro semestre para as exportações e a enxurrada de carros chineses que entraram no País, com 70 mil ainda estocados esperando compradores. O setor tem balança comercial negativa em 2024 pela primeira vez em dez anos.

O positivo nesse contexto é a promessa de marcas chinesas de produzirem no Brasil a partir do ano que vem, em especial a BYD e a GWM, que terão operações em Camaçari, BA, e Iracemápolis, SP, respectivamente – enquanto a GAC anunciou US$ 1 bilhão até 2029, recursos que contemplam operação produtiva local de elétricos.

Com essas duas novas plantas, a Anfavea estima crescimento da produção em 2025  maior do que o das vendas internas, o inverso do que ocorreu em 2024. Será ano certamente marcado pelo aumento da participação dos modelos eletrificados nos licenciamentos, fruto da maior oferta de carros híbridos e elétricos montados ou produzidos aqui.

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Foto: Pixabay

Alzira Rodrigues
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