AStellantis, maior montadora da América Latina, vendeu 734,2 mil veículos no Brasil em 2024, participação de 29,4% no mercado total de automóveis e comerciais leves. Números e participações dessa magnitude, entretanto, encobrem uma dificuldade da empresa: a persistente “Fiatdependência”.
Desde que foi constituída em 2021, com a fusão global da PSA com a FCA, a Stellantis tem na marca italiana o grande sustentáculo de suas vendas. Em 2024, foram vendidos 521,3 mil Fiat no País, exatos 71,3% de todos os veículos negociados pela montadora — dois pontos porcentuais a mais do que em 2023 — e 20,9% do mercado total.
As 212,9 mil unidades restantes foram divididas entre Jeep, Peugeot, Citroën e RAM, exclusiva de picapes de luxo. Somadas, elas detiveram somente 8,6% das vendas de veículos leves no ano passado, praticamente a mesma fatia da Hyundai e Toyota, terceira e quarta colocadas no ranking de marcas.
Mesmo com redução de participação no ano passado, a Jeep respondeu por mais da metade da frota negociada por essas quatro marcas — 121,3 mil licenciamentos ou 4,9%. Citroën, com 33,9 mil emplacamentos, RAM, com 29,5 mil, e Peugeot, com 28,1 mil, estão muito abaixo.
Mas os desempenhos verdadeiramente preocupantes são das duas marcas francesas. Mesmo com lançamentos em novos segmentos e atualizações técnicas importantes nos últimos dois anos, seguem patinando nas vendas. Ou melhor, perdem participação.
Em 2024 a Citroën amealhou 1,4% do mercado interno e a Peugeot, somente 1,1%. Um ano antes, detinham, respectivamente, 1,5% e 1,6%. Enquanto o mercado cresceu 14% na mesma comparação, a Citroën vendeu somente 5% a mais e, pior, a Peugeot negociou quase 20% a menos.
Se os números negativos isoladamente já chamam a atenção, são ainda mais amargos quanto se conhece o contexto imaginado pela Stellantis para as duas marcas no País nesse período.
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No primeiro semestre de 2021, a então recém-criada montadora revelou que um de seus objetivos no Brasil era alavancar a participação de ambas. Na soma da dupla, chegar a cerca de 5% em apenas dois anos! Mais que o dobro do que vinham obtendo nos anos imediatamente anteriores.
Mas quase nada mudou desde então, ainda que em 2022, é verdade, tenham alcançado 3,8% — a Peugeot com 2,2% e Citroën, 1,6%.
Por muito pouco a RAM, cujo modelo de picape mais barata custa a partir de R$ 238 mil e com rede de revendas bem mais enxuta, não foi a terceira marca mais vendida da Stellantis em 2024. Com crescimento de 75% nos licenciamentos, ficou a somente 4,5 mil unidades da Citroën e deixou a Peugeot para atrás.
Foto: Divulgação
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