Aumento de 32% das importações evitou crescimento ainda maior, diz Anfavea
OBrasil ultrapassou a Espanha e voltou à oitava colocação no ranking dos maiores países produtores de veículos em 2024, uma acima da registrada em 2023. Foram fabricados aqui no ano passado 2,55 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, crescimento de 9,7% sobre o registrado no ano anterior.
A ascensão do País e os números de 2024 foram divulgados nesta terça-feira pela Anfavea. Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, entretanto, frisou que a produção poderia ser ainda maior caso as exportações tivessem melhor desempenho e, paralelamente, as importações não “roubassem” consumidores dos produtos nacionais.
Embora tenha solidificado a curva ascendente dos último quatro anos — em 2020 foram montados perto de 2 milhões de veículos , a produção de veículos ainda não voltou ao patamar pré-pandemia.
Em 2018 e 2019, último ano antes do surgimento da Covidi-19, o País havia fabricado cerca 2,9 milhões de unidades, volume que a Anfavea acredita ser possível resgatar ainda em 2025.
Com crescimento da ordem de 14,1%, o mercado interno foi o grande responsável pela aceleração das linhas de montagem no ano passado. As cerca de 2,63 milhões de unidades vendidas mantiveram o Brasil como sexto maior mercado mundial, atrás da Alemanha (3,2 milhões) e imediatamente à frente do Reino Unido, onde foram vendidos 2,3 milhões de veículos.
Apesar de comemorar o avanço da produção nacional, o presidente da entidade alertou para a evolução ainda maior verificada no pós-pandemia em países com perfis de consumo e tipos de produtos semelhantes.
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Particularmente, Índia, que produziu 5,6 milhões de veículos em 2024, e o México, 4,3 milhões, e que passaram, respectivamente, à quarta e quinta posições no ranking global, à frente da Coreia do Sul (4,2 milhões) e da Alemanha (4,1 milhões).
Em 2024, ao lado do fraco desempenho dos negócios externos, as importações foram o maior empecilho da produção brasileira, na análise de Leite. Foram negociados no mercado interno perto de 467 mil veículos trazidos de outros países, 32,5% a mais do que no anterior (352 mil) e quase o dobro do registrado em 2022 (273 mil).
A participação dos importados nos licenciamentos de veículos cresceu 2,5 pontos porcentuais na comparação com 2023: de 15,2% para 17,7%.
O maior incômodo manifestado pelo presidente da Anfavea é o fato de boa parte das importações virem de fora do Mercosul e México, sobretudo da China. Se em 2023, elas representaram 25%, no ano passado chegaram a 38%.
Produtos trazidos por empresas sem produção no Brasil, a maioria eletrificados, somaram 28% do total importado, exatamente o dobro do que em 2023 e fatia quase cinco vezes maior do que há apenas dois anos.
A Anfavea tem solicitado ao governo maior proteção contra as importações, como a recomposição imediata, e não escalonada, da alíquota cheia de 35% do imposto de importação.
Segundo Leite, com o atual nível de tributos, o País deixou de arrecadar algo próximo de R$ 6 bilhões no ano passado. “Imaginem esse valor aplicado em universidades, na formação de mão de obra qualificada… Estamos falando de proteção ao trabalho e à indústria”, afirmou.
Leite também argumenta que o mercado totalmente aberto pode fazer com que a indústria automotiva perca oportunidade no desenvolvimento de novas tecnologias.
Foto: Divulgação
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