Diferente do que ocorre nos grandes mercados globais, mais precisamente os asiáticos, motocicletas ou scooters elétricos formam um segmento diminuto do mercado brasileiro de duas rodas. Para não dizer, quase inexistente, a julgar pelo levantamento da Fenabrave.

Em 2024, somente 6,5 mil unidades movidas a bateria, todas trazidas da China, foram licenciadas, número que equivale a marginais 0,3% de um mercado que, em 2024, absorveu mais de 1,87 milhão de motocicletas a combustão, 18% a mais do que no ano anterior.

Esse restrita frota de elétricas é composta por motos de nada menos do que 15 marcas, 13 delas com vendas de poucas centenas de unidades. Somente VMoto, com 2,2 mil licenciamentos, e GCX, com 1,1 mil, alcançaram os quatro dígitos e representaram metade do total licenciado.

Por contar com produção de motos a combustão no Brasil e deter 4% desse mercado — vendeu 77 mil em 2024 — a Shineray é a marca mais conhecida entre as que oferecem elétricas. Mesmo assim, acumulou meros 730 emplacamentos ao longo de um ano.

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Esse quadro, com certeza, começará a mudar a partir de 2025, com a entrada no segmento da Yamaha, e também, ainda que não confirmada oficialmente, da Honda.

Vice e líder do mercado de motocicletas no Brasil há cinco décadas, Yamaha e Honda responderam, respectivamente, por 68,6% e 17,8% dos licenciamentos de motos em 2024, e têm rede de revendas e imagem de marca para impor um novo ritmo  de comercialização às elétricas.

A Yamaha está saindo na frente. Esta semana confirmou a chegada em sua rede de revendas das primeiras unidades do Neo’s Connected, scooter montado em Manaus, AM, e que tem início de vendas programado para fevereiro.

Alimentado por duas baterias de lítio removíveis para carregamentos em tomada caseira de dois pinos, demanda 9 horas para chegar à carga total.

Adequado para deslocamentos urbanos, o Neo’s Connected tem motor elétrico de 2,4 kW de potência montado no cubo da roda traseira. Com a carga completa das duas baterias, pode rodar 71 quilômetros.

Preço muito salgado ainda

Além dessa autonomia limitada, outro fator que pode atrapalhar as vendas é o preço. A primeira Yamaha elétrica à venda no País custa R$ 33.990,00, nada menos do que o dobro da também recém apresentada pela marca Fluo Hybrid Connected, híbrido que a mesma proposta de aplicação e uso.

A Honda ainda não confirmou integralmente o lançamento nem se produzirá aqui o scooter EM1 e:, já conhecido de outros mercados e apresentado mundialmente no fim de 2022.

No entanto, ele foi exibido em convenção anual da marca com seus concessionários brasileiros em outubro de 2024, coincidência ou não poucos dias depois do anúncio da chegada da Yamaha Neo’s elétrica neste primeiro trimestre.

Com a mesma proposta urbana, no exterior o EM1 e: tem motor de 1,7 kW na roda traseira e autonomia de mais de 40 km com bateria de íons de lítio de 50,3V ou 29,4 Ah.


Foto: Divulgação

 


 

George Guimarães
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