Sem novo turno, montadora pode ampliar produção em até 30% para abrigar dois novos modelos e crescer acima do mercado
Em evento no Maracanã esta semana, a Nissan deu o primeiro passo para a nova fase que viverá no Brasil. Seu único modelo em produção no Complexo Industrial de Resende, RJ, o Kicks, ganhou o sobrenome Play para dar espaço a um novo Kicks e na sequência um SUV totalmente novo.
Até abril de 2026, quando termina o próximo ano fiscal, serão três modelos na linha de montagem do sul-fluminense, que opera atualmente em dois turnos e atingiu produção, em 2024, de 64 mil unidades.
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Os dois novos modelos assim como a produção de um novo motor 1.5 turbo integram investimento de R$ 2,8 bilhões no Brasil. Em entrevista durante o evento da terça-feira, 4, o presidente da Nissan do Brasil, Gonzalo Ibarzábal, disse que não gosta muito de falar em números e adiantar metas, porque pode haver imprevistos no meio do caminho.
Admitiu, contudo, que a produção em Resende pode ser ampliada entre 25% a 30% só com ajustes na linha. Ou seja, dá pra chegar em 80 mil veículos/ano sem a adoção do terceiro turno para abrigar os novos modelos a serem feitos por aqui.
Ele também destacou o aumento no número de fornecedores – hoje são 345 -, parte fundamental da estratégia da empresa de ganhar competitividade e tornar-se um polo exportador a partir do Rio de Janeiro.
Na avaliação do executivo, as vendas externas são imprescindíveis para ganhar volume e a nacionalizaçao é de extrema importância para fugir das oscilações do dólar e ter uma operação mais rentável.
De acordo com Ibarzábal, a marca quer crescer acima da média do mercado este ano, estimada em 6% pela Anfavea. Na média do ano passado, sua participação foi de 3,4%. “Em janeiro, contudo, chegamos a 4,1% e acreditamos na manutenção de pelo menos 4% neste ano”, comentou o executivo, adiantando que a meta com os novos produtos é atingir 6% das vendas totais de veículos leves no País.
A montadora, atualmente, exporta o Kicks a partir do Brasil apenas para Argentina e Paraguai. Com os novos produtos, o objetivo é fazer de Resende um polo exportador, atingindo 20 países da América Latina, incluindo o México, que deverá receber o SUV totalmente novo a ser feito por aqui.
Ibarzábal também não revelou datas de lançamentos, se negando inclusive a dizer o semestre que o novo Kicks chegará nas concessionárias da marca. Só adiantou que os dois novos produtos estarão no mercado dentro do ano fiscal, que no caso da Nissan vai de abril a março. Sobre o SUV totalmento novo, a empresa sequer especifica o segmento no qual vai atuar, se acima ou abaixo do atual Kicks.
Questionado sobre eventuais repercussões na produção brasileira a partir das ameaças de Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos, de impor mais barreiras ao México, ele disse ser cedo para comentar. “As informações mudam de um dia para outro, ninguém vai sair correndo para tomar decisões enquanto não tiver tudo mais claro”.
Foto: Divulgação/Nissan
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