OGrupo Renault e o Geely Holding Group confirmaram nesta segunda-feira, 17, acordo de parceria no Brasil. A montadora chinesa será acionista minoritária na Renault do Brasil para poder utilizar as estruturas fabris, de vendas e de serviços da fabricante francesa.

Sem revelar o valor da aquisição de parcela da operação brasileira por parte da Geely, os dois grupos informaram, por meio de nota oficial, que pretendem compartilhar as fábricas de automóveis e comerciais leves de São José dos Pinhais, complexo inaugurado em 1998.

As plantas seguirão montando os veículos Renault, mas também os futuros produtos de origem chinesa, e a Renault brasileira se tornará também distribuidora do portfólio de modelos de veículos zero e de baixas emissões da Geely.

As duas empresas já possuem joint venture para produção de veículos na Coreia do Sul, além de terem se unido na Horse, fabricante global de motores.

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“O Grupo Renault e a Geely já têm um histórico considerável de parcerias. Juntos, construímos uma relação de trabalho eficaz, com confiança. São grandes diferenciais que queremos potencializar hoje, com esta nova cooperação no Brasil”, afirmou Luca De Meo, CEO da fabricante francesa, salientando que a a negociação fortalecerá a operação paranaense.

Daniel Li, CEO da Geely Holding Group, completou: “Nesta era transformadora da indústria automotiva global, faz sentido percorrer esta trajetória junto com parceiros. Para atingir um crescimento quantitativo e qualitativo, não podemos nos contentar apenas em estar confortáveis em um lugar, precisamos sair para o mundo, abraçar o desenvolvimento de longo prazo e nos comprometermos em ser abertos e colaborativos”.

Presença diminuta do Brasil

Os veículos com a marca Geely já tiveram uma minúscula e curtíssima carreira de não mais do que três no mercado brasileiro por meio de importação do Grupo Gandini, em meados da década passada.

Hoje o grupo está presente no País com sua divisão de luxo Zeekr e, indiretamente, pela controlada Volvo, mas tem ainda marcas famosas como Lotus e smart e outras ainda desconhecidas dos brasileiros, como Lynk & Co e Polestar.

Oficialmente Zhejiang Geely Holding Group, a empresa foi fundada em 1986 na cidade de Taizhou, província chinesa de Zhejiang, por Eric Li,  ainda hoje seu chairman. A atuação no segmento automotivo, porém, só começou mais de uma década depois, em 1997.

No ano passado, a Geely Holding contabilizou vendas mundiais acima de 3,33 milhões de veículos. Perto de um quarto desse total, 763 mil unidades, produtos da Volvo Cars, enquanto as demais marcas sob o guarda-chuva do Geely Auto Group, cotado na bolsa de valores de Hong Kong, venderam mais de 2,17 milhões.

O acordo da Renault com a Geely sobre a operação brasileira ainda depende da aprovação das autoridades econômicas tanto da França, como da China e do Brasil. A expectativa é de que esse processo deva estar concluído em no máximo dois meses.

Consultada por AutoIndústria, a Renault do Brasil disse que, até a aprovação, se dedicará sobretudo a esclarecer dúvidas de públicos internos, como funcionários, concessionários e fornecedores, sobre ações, impactos e futura forma de atuação da empresa.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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