Um dos maiores nós – se não o principal — da já longa crise de comando e gestão na Nissan Motor foi desatado oficialmente nesta terça-feira, 11. A montadora anunciou Ivan Espinosa, atual diretor de planejamento, como CEO a partir de 1º de abril, além de outras mudanças no corpo diretivo.
Espinosa sucederá Makoto Uchida, que comanda a montadora desde o começo desta década e que foi apontado como um dos entraves para a frustrada negociação de fusão da Nissan com a Honda, revelada no fim do ano passado e encerrada no mês passado.
O mexicano Espinosa conhece bem a terceira maior montadora japonesa e os desafios que tem pela frente. Aos 46 anos, ingressou na empresa há mais de duas décadas, em 2003, no México e ocupou diversos postos em operações do sudeste asiático e da Europa.
O futuro CEO participou do anúncio oficial e de coletiva de imprensa online de sua nomeação ao lado do próprio Uchida e de Yasushi Kimura, presidente do conselho, evento no qual foram reveladas ainda várias mudanças no time de direção e o desligamento de algunsexecutivos.
A Nissan, por exemplo, deslocou Guillaume Cartier para o marketing global, Eiichi Akashi para a diretoria de tecnologia, e Teiji Hirat, para a gestão da cadeia de suprimentos
Bastante conhecido na indústria automotiva brasileira, Christian Meunier seguirá como presidente da Nissan Américas, cargo que assumiu em janeiro e que sob responsabilidade também as operações na América Latina. Meunier foi presidente da montadora no Brasil de 2010 e 2012.
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Diretor global de planejamento desde o ano passado, Espinosa tem experiência em desenvolvimento e no gerenciamento do portfólio de produtos, principal desafio da montadora, que, a exemplo de outros fabricantes, vem perdendo participação em mercados importantes e enfrenta dificuldades com a crescente oferta de novas tecnologias dos concorrentes chineses a preços competitivos.
A fusão com a conterrânea Honda era vista como estratégica para o enfrentamento global dos produtos chineses, em especial no segmento de elétricos. Uchida, entretanto, teria se oposto ao desejo da Honda de tornar a Nissan sua subsidiária apenas, contrariando o conceito inicial de parceria entre iguais.
Na entrevista desta terça-feira, em Tóquio, Espinosa afirmou que tomara conhecimento de sua nova missão na montadora apenas momentos antes e, questionado, se recusou a comentar sobre a possibilidade de retomada de negociações com a Honda.
Foto: Reprodução