A BYD ultrapassou, neste primeiro bimestre, nada menos do que 100 mil veículos negociados no mercado interno. O marco, historicamente digno de registro e comemorações pelas fabricantes, não mereceu qualquer alarde por parte da empresa chinesa, criticada pelas montadoras com produção local exatamente pelo grande volume de importação.

Desde as poucas centenas de unidades trazidas da China em 2022 até o mês passado, a marca acumulou 108,4 mil licenciamentos. Cerca de 75% em 2024, quando acelerou os embarques para cá com o Mini Dolphin, modelo elétrico de entrada, e expandiu o cardápio de produtos ainda com o sedã King e novas versões dos SUV Song e Yuan.

A rede de revendas da marca oferece agora um total de doze opções entre híbridos e elétricos, dentre eles até mesmo uma picape média, a híbrida Shark, lançada no último trimestre de 2024 e com vendas ainda incipientes.

É portfólio muito mais amplo do que o de marcas tradicionais e com fábricas no Brasil. Para citar duas da poderosa Stellantis, Peugeot e Citroën vendem, cada uma, somente cinco modelos de automóveis e comerciais leves e com tíquete médio muito inferior aos da linha da BYD.

Em unidades licenciadas, as francesas já estão bem atrás da chinesa, que entregou aos clientes finais 13,6 mil veículos no primeiro bimestre contra 6 mil da Citroën e somente 4,3 mil da Peugeot — ambas, importante lembrar, com novos produtos de entrada.

Se encerrou 2024 já como a 10ª marca mais vendida de automóveis e comerciais leves, após os dois primeiros meses deste ano é a 9ª colocada, com participação de 4% — já à frente da Nissan, que deteve 3,7% dos licenciamentos.

Considerados somente os 143,4 mil emplacamentos de automóveis de passeio, a penetração da BYD sobe para  espantosos — em função de prazo tão curto e por se tratar de importados apenas — 5,2%,  mais que o triplo da Peugeot ou quase o dobro da Caoa Chery, que também produz aqui.

Com essa participação, já ameaça até mesmo roubar a 8ª colocação da Renault no segmento de carros de passeio. A marca francesa ficou à frente por meros 388 licenciamentos no acumulado do bimestre.

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A Anfavea calculou que o estoque de veículos trazidos da China e alocados nas revendas e nos portos giravam em torno de 40 mil unidades na transição de janeiro para fevereiro, a grande maioria, claro, da BYD. Em meados de fevereiro, porém, um novo lote de 5,5 mil veículos da marca chegou no porto de Aracruz, na Grande Vitória, ES.

E outros lotes estarão a caminho antes que a BYD comece, de fato, a montar seus automóveis em Camaçari, BA, fábrica que ainda segue em construção.

No momento, a previsão é que os primeiros veículos considerados nacionais deixem a linha de montagem em meados do segundo semestre, embora a empresa já tenha revisto prazos anteriormente.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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