Uma das principais apostas da indústria europeia para fazer frente e diminuir a dependência das fabricantes chinesas de baterias para veículos elétricos, a Northvolt entrou nesta quarta-feira, 12, com pedido de falência na Suécia.

Com problemas de fluxo de caixa para sustentar e ampliar sua produção, a empresa sueca já havia solicitado, em novembro do ano passado, proteção pelo Capítulo 11 nos Estados Unidos, ou seja, concordata. No mesmo momento, tirou do cargo de CEO Peter Carlsson, cofundador e que liderava a empresa desde a fundação em 2016.

Em longo comunicado, a empresa admitiu não ter mais fôlego para manter sua operação:

“Apesar de buscar todas as opções disponíveis para negociar e implementar uma reestruturação financeira, incluindo um processo de reestruturação do Capítulo 11 nos Estados Unidos, e apesar do suporte de liquidez de nossos credores e principais contrapartes, a empresa não conseguiu garantir as condições financeiras necessárias para continuar em sua forma atual”.

A Northvolt diz ainda que, a exemplo de outras empresas do segmento de baterias veiculares, nos últimos meses teve que enfrentar “aumento dos custos de capital, instabilidade geopolítica, interrupções subsequentes na cadeia de suprimentos e mudanças na demanda do mercado”.

O processo de falência será supervisionado por administrador nomeado pela justiça sueca, incluindo a venda do negócio e seus ativos e a liquidação de obrigações pendentes.

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Os braços Northvolt Germany e Northvolt North America não estão incluídos, mas como subsidiárias integrais da Northvolt AB, decisões relativas a essas operações serão tomadas pelo administrador em consulta com os credores do grupo.

“Este é um dia incrivelmente difícil para todos na Northvolt. Nós nos propusemos a construir algo inovador — para impulsionar uma mudança real na bateria, nos veículos elétricos e na indústria europeia em geral e acelerar a transição para um futuro verde e sustentável”, declarou Tom Johnstone, presidente interino do Conselho de Administração.

Com a falência da fornecedora sueca, que conta com mais de 5 mil funcionários, gigantes como a CATL e a própria BYD, que além de veículos produz suas baterias, podem aumentar ainda mais a hegemonia chinesa no segmento.


Foto: Divulgação

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