Apesar dos números positivos do primeiro bimestre, as altas taxas de juros continuam gerando incertezas quanto à continuidade do crescimento do mercado automotivo este ano.
“O custo do financiamento está batendo recorde histórico, o que pode impactar as vendas nos próximos meses”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ao divulgar os números de fevereiro na sexta-feira, 14. “Esse custo está em 29,5%, o maior do levantamento que fizemos a partir de julho de 2011”.
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Como no ano passado o carnaval caiu em fevereiro e este ano em março, os números do mercado interno no bimestre ainda são promissores. A média diária de 9.248 emplacamentos do mês passado foi 19% maior do que a de janeiro.
Nos dois primeiros meses do ano, foram 356,2 mil licenciamentos, o melhor resultado desde 2020. Nesse contexto, contudo, o presidente da Anfavea destaca o crescimento de 39% nas vendas diretas, bem acima do índice do varejo, e a elevada participação dos importados, na faixa de 21% este ano.
O estoque teve pequena elevação, de 235,5 mil para 252,4 mil, mas nada que preocupe no momento. “O que realmente preocupa é o custo do financiamento”, reforça Lima Leite, lembrando que a Selic está em 13,25% com perspectiva de novas altas em breve.
O curioso, segundo ele, é que a inadimplência está em nível baixo – de 4% para pessoa física e 2,6% para as jurídicas -, sem que isso reflita na taxa de crédito.
“Vamos realizar uma reunião com o pessoal da Febraban, a entidade dos bancos, para entender o que está acontecendo e ver o que é possível fazer”, complementou o presidente da Anfavea.
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