Mercado

Invasão chinesa? Mais seis marcas automotivas chegam ao Brasil este ano.

Tema é debatido em Fórum da Quatro Rodas. As novas são a SAIC, GAC, Geely, Leapmotor, Omeda & Jaecoo e a Foton (picape), dobrando o número das que atuam aqui.

A tão propalada invasão chinesa no mercado automotivo brasileiro ganha contornos relevantes este ano com a chegada de pelo menos mais seis marcas de automóveis e comerciais leves, ou seja, o número de empresas de lá atuando aqui vai simplesmente dobrar.

Já vendem eletrificados chineses no Brasil as empresas Caoa Chery, BYD, GWM, Neta, Zeekr e JAC. A primeira dessa lista produz localmente em Goiás e as duas que vêm na sequência têm planos de iniciar operações fabris ainda este ano.

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As que estão chegando são a SAIC, com a marca MG, GAC, Geely, Leapmotor, Omeda & Jaecoo e a Foton, que já atua com caminhões mas só este ano entra no segmento de leves, com as picapes Tunland.

Além dessas seis, tem também o anúncio da General Motors de que inicia no final do ano a venda do Chevrolet Spark, compacto elétrico produzido na China pela Baojun, fruto de joint-venture entre a GM e a SAIC-Motor.

Para mostrar os novos contornos dessa efetiva invasão, a revista Quatro Rodas promoveu nesta terça-feira, 25, na capital paulista, o Fórum Direções Quatro Rodas – Conexão Brasil China, reunindo oito marcas chinesas e consultores para debater três temas: As marcas chinesas e os planos para o mercado brasileiro, Carro chinês é confiável e As marcas chinesas e a transformação da indústria brasileira.

O primeiro bloco reuniu marcas recém-chegadas e as que estão para iniciar operações aqui. O líder das Operações da Zeekr no Brasil, Ronaldo Znidarsis, abriu sua fala dizendo que “o Brasil, sexto maior mercado do mundo, está na lista de prioridades de todas as montadoras, em especial as chinesas”.

Lembrou que a China tem capacidade ociosa e por isso busca novos mercados. Primeiro dominou a África e agora é a vez da América Latina.

Ele disse que as montadoras chinesas conseguem oferecer preços 30% inferiores aos de produtos similares do ocidente, comentando que no caso da Zeekr que só atua no segmento premium e já tem modelos a venda no Brasil — não faz sentido produção local.

Admitiu, contudo, que a chegada de novas marcas chinesas vai gerar pressão de market share e, em consequência, uma reacomodação da indústria brasileira.

O diretor de Marketing da GAC, Marcello Braga, lembrou, por sua vez, que a empresa já anunciou investimento de US$ 1 bilhão no Brasil, o maior aporte da  fora da China. A montadora pretende vender localmente produtos da marca inglesa MG, adquirida há dez anos:

“O lançamento deve ser no segundo semetre. Já temos veículos homologados, mas ainda estamos em fase de estruturação de rede”.

Braga disse que a GAC tem planos de produzir no Brasil já há algum tempo, informando que parte do aporte, cerca de R$ 120 milhões, será aplicada em um centro de pesquisa e desenvolvimento.

De qualquer forma, admitiu que a margem de venda na China é muito baixa e as montadoras lá instaladas conseguem ganhar mais com as exportações.

GWM em Iracemápolis ainda neste semestre

O segundo bloco reuniu o head de Produto da BYD, Marcelo Albino, o diretor de Assuntos Institucionais da GWM, Ricardo Bastos, o head de pós-venda da Omoda & Jaecoo, e o sócio diretor da Future Brand SP, Fillippo Vidal.

Todos eles garantiam que o carro chinês é confiável, com os executivos da BYD e GWM lembrando que as respectivas marcas já estão aqui há algum tempo, com retorno positivo do consumidor brasileiro.

Bastos informou que a fábrica de Iracemápolis, no interior paulista, vai ser inaugura ainda neste semestre, com capacidade inicial para 50 mil veículos/ano.

O representante da Omoda & Jaecoo comentou que a empresa já tem estoque de autopeças no Brasil para dar suporte ao lançamento local da marca no próximo dia 15 de abril. Serão abertas 50 concessionárias inicialmente. Também inaugura rede este ano a Leapmotor, que acaba de anunciar 34 pontos de vendas no País.

Participaram do último painel o CEO da Jac Motors, Sérgio Habib, o VP América Latina da Leapmotor (Stellantis), Fernando Varela, e os consultores Oswaldo Ramos e Milad Kalume Neto.

Habib disse não ver espaço para crescimento da participação dos carros 100% eletricos no mercado brasileiro, estimando fatia este ano de apenas 2,3%. Esse índice, na avaliação de Mulad, deve chegar a 4%.


Foto: Divulgação

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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