Maior mercado consumidor e produtor de veículos elétricos, a China corre atrás de soluções para erradicar o quanto antes o incômodo de longos períodos para o recarregamento das baterias nos eletropostos e estações. A cada mês, para não dizer semanalmente, surgem novidades que prometem encurtar o tempo que se leva para “abastecer” esses veículos.
O próximo Salão de Xangai, de 23 de abril a 2 de maio, promete ser generoso nesse sentido tanto quanto de novos automóveis. Só na última semana, foram anunciadas as apresentações de dois supercarregadores.
A Huawei vai exibir ao grande público uma estação para caminhões pesados de nada menos do que 1,5 MW. Ela já foi antecipada há duas semanas pela divisão Digital Energy da empresa, durante o China Electric Vehicle 100 Forum.
O supercarregador, informou o presidente Hou Jinlong, pode fornecer 20 kWh por minuto. Ou seja, em 15 minutos o veículo tem carga suficiente para percorrer grandes distâncias. “Para que caminhões pesados sejam totalmente eletrificados, o tempo de carregamento deve ser inferior a 30 minutos”, pontuou Jinlong.
Mas naturalmente a maior demanda está nos automóveis de passeio e a Zeekr, braço da gigante Geely, promete exibir um supercarregador de 1,2 MW, que estará disponível já neste segundo trimestre com até dez plugues.
A Zeekr já opera 826 estações de carregamento com 4 mil carregadores de até 800 kW. Espera chegar a 10 mil no transcorrer do ano que vem.
Ainda no começo de março, a BYD já havia apresentado seu carregador 1 MW, capaz de fornecer energia na velocidade de 2 km por segundo ou algo próximo de 400 km em 5 minutos. A montadora pretende espalhar pela China 4 mil unidades no curto prazo, os primeiros quinhentos já no mês que vem.
A aceleração do desenvolvimento e apresentação de carregadores cada vez mais potentes por parte de vários fabricantes simultaneamente não é mera coincidência. Há um ano, foi constituída a Huawei Superchargin Alliance, parceria da qual participam onze fabricantes de veículos.
Além da própria Huawei, nomes como BYD, Xpeng, Li Auto, Aito, JAC e GWM, dentre outros, trabalham para a instalação conjuntamente de nada menos do que 100 mil supercarregadores no País e atenuar críticas com relação à tecnologia e às limitações dos veículos movidos exclusivamente a bateria.
Além da estação de 1,5 MW, a Huawei desenvolve outra estação que, mais do que a potência de 600 kW, impacta pela solução em imagem futurista. O carregamento é feito por um braço robótico e que dispensa que o motorista saia do carro para conectar manualmente o cabo de carregamento.
O braço pode ser montado em qualquer estação de carregamento. A montadora demostrou a tecnologia em vídeo no começo deste ano. Nele um carro um carro autônomo, automaticamente ativa a função carregamento e manobra até a posição correta.
Também de forma independente, o braço robótico insere a plug de carregamento. Concluída a operação, o braço desconecta o plug , o pagamento é deduzido e o carro é liberado.
A empresa não divulgou oficialmente quando o equipamento estará disponível, mas a imprensa especializada chinesa fala que ainda em meados deste ano, assim como acredita que será compatível com todos os carregadores das empresas parceiras de aliança.
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