Sem revelar nomes de empresas ou entidades envolvidas na questão, a Anfavea informa que foram encaminhados pleitos ao governo para redução do Imposto de Importação de veículos SKD e CKD, aqueles que vêm desmontados total ou parcialmente.

Com um quadro intitulado “Novos pedidos de redução de tarifas para produtos chineses”, a entidade diz que a reivindicação para reduzir as alíquotas para 10% no caso de SKD e de apenas 5% no CKD  representa um ataque à produção local, investimentos e empregos.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, são pleitos envolvendo volumes elevados: “Esses pedidos não podem prosperar. O que queremos é produção no Brasil e, por isso, estamos atentos aos movimentos que representem prejuízos à indústria local”.

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O executivo, que no próximo diz 15 passa o cargo para Igor Calvet, que será o primeiro presidente profissional da entidade, disse em entrevista coletiva nesta terça-feira, 8, que esse assunto e outros de interesse do setor estão sendo conversados com o governo.

Apesar de a Anfavea não ter revelado nomes, tudo indica que os pleitos participaram de montadoras chinesas que estão para iniciar operações fabris no Brasil, dentre as quais a BYD, que vai ter linha de montagem em Camaçari, BA.

A GWM, que terá produção em Iracemápolis, SP, já adiantou que não fez qualquer pleito nesse sentido porque suas operações não vão envolver CKD ou SKD, mas sim peça por peça.

No caso dos carros plug-in, as alíquotas atuais são de 20% para SKD e de 7% para CKD. Esses índices sobem, respectivamente, para 28% e 14% em julho deste ano, para 35% e 14% em julho de 2026 e para 35% nos dois casos em 2028.

Os elétricos CKD têm imposto atualmente de 5%, índice que sobe para 10% em julho, 14% um ano depois e 35% em julho de 2028. Já no caso dos elétricos SKD a alíquota é hoje de 18%, com previsão de aumento para 25% daqui a três meses e para 35% em julho do ano que vem.

As alíquotas de 5% (CKD) e 10% (SKD) também são pleiteadas para as picapes híbridas plug-in, que hoje têm imposto cheio de 35%.

“Se tais reivindicações avançarem, o impacto no setor – que já sofre com as ações de Donald Trump e com a falta de regulamentação do Mover – vão ser grandes”, destacou Lima Leite, lembrando reivindicação da Anfavea de recomposição imediata da alíquota convencional de importação de 35% para os eletrificados.


 

Alzira Rodrigues
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