Ogoverno vai revisar a lista de produtos ex-tarifários, aqueles que recolhem tarifas de importação reduzidas por não terem similares fabricados no Brasil. A decisão foi revelada por Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e titular do MDIC, Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Com a revisão, serão excluídos itens que já têm produção local e que, entretanto, seguem se beneficiando de alíquotas privilegiadas.
“Vamos fazer uma revisão. Queremos fortalecer a indústria e o emprego aqui. Esse incentivo é bom, mas não deve ser eterno e temos milhares de itens [na lista] ”, afirmou o ministro, após visitar estandes da Automec 2025, nesta terça-feira, 22, em São Paulo.
A 16ª edição da maior feira da América Latina dedicada ao setor de autopeças, equipamentos e serviços da cadeia automotiva, seguirá até o próximo dia 26 com 1,5 mil marcas expostas em 105 mil metros quadrados do São Paulo Expo, complexo de exposições na Zona Sul de São Paulo.
A edição 2025 reúne o maior número de expositores na história, com crescimento de 20% de empresas de outros países e os organizadores esperam receber cerca de 90 mil visitantes.
Alckmin participou da solenidade de abertura da exposição. Mais uma vez, reafirmou à plateia de empresários e dirigentes da indústria de autopeças o que assegurou às próprias montadoras na semana passada, em encontro com a Anfavea: o próximo decreto no contexto do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, será o do IPI Verde.
“Sairá nas próximas semanas”, disse Alckmin, mais uma vez sem definir uma prazo, de fato. A ideia do governo é ter alíquotas menores para veículos mais econômicos e limpos. Fontes do setor, contudo, já chegaram a afirmar que o imposto teria sido descartado por não ter apoio do Ministério da Fazenda.
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Durante a cerimônia, Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, e Antonio Feola, presidente do Sindirepa, Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos, cobraram do ministro o encaminhamento de inspeção técnica veicular associada a um programa de renovação de frota para fomentar o setor, que tem investimentos anunciados de cerca de R$ 50 bilhões até 2030.
“Ninguém vai trocar seu caminhão velho por vontade própria. A inspeção técnica é uma mola para a renovação da frota, além de salvar vidas e contribuir para o meio ambiente. Tempos que acabar com essa cultura de que inspeção veicular é uma medida impopular”, disse Sahad.
Foto: Divulgação
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