O processo de eletrificação da frota de ônibus da cidade de São Paulo criou um buraco financeiro que já soma R$ 500 milhões ainda não pagos. Somente o caixa da Mercedes-Benz tem para receber R$ 300 milhões, referentes a 175 ônibus elétricos entregues no ano passado aos operadores Viação Metrópole Paulista, Sambaíba e MobiBrasil.
Segundo Walter Barbosa, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços para negócio de ônibus da fabricante, o imbróglio se deve um complexo modelo de subvenção adotado.
“É um conceito denominado turnkey. O município só repassa o recurso quando tudo estiver pronto para a operação: ônibus e infraestrutura. Se o fornecedor da infraestrutura ou da energia não fez a parte combinada, o fornecedor do ônibus não recebe”, que, no caso, é a Enel.
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O executivo destaca que não se trata de uma dívida, porque faz parte do modelo, mas que gera custo financeiro. “Estamos correndo propostas para agenda positivo junto ao BNDES e ao poder público para construir um modelo de subvenção que seja viável para todos. O fabricante é o primeiro da cadeia com a produção do ônibus. Depois segue para encarroçador, fica por lá 90 dias. Se tivermos que esperar infraestrutura, o dano financeiro só aumentará.”
A proposta da Mercedes-Benz é de desvincular do modelo de subvenção o ônibus elétrico, ou seja, um financiamento do produto independente da infraestrutura. Em entrevista exclusiva ao Diário do Transporte, no entanto, o prefeito Ricardo Nunes disse que não mudará a forma de financiamento dos ônibus elétricos para o município.
Até março deste ano, a frota ônibus elétrico da cidade de São Paulo somava 449 unidades, o que inclui 200 trólebus. A Mercedes-Benz participa com 106 unidades em operação do modelo eO500U e outras 82 em parceira com a Eletra, na qual a fabricante fornece o chassi para ser eletrificado pela empresa.
Foto: Divulgação Mercedes-Benz
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