Em detalhado relatório sobre a frota circulante brasileira, que atualiza anualmente, o Sindipeças mostra o crescimento da participação na frota circulante brasileira de veículos importados e, consequentemente, de eletrificados, que dominam hoje as compras no exterior, principalmente por parte das marcas chinesas.

“Os veículos híbridos ou elétricos (eletrificados) se tornaram a sensação nos últimos dois anos”, reconhece a entidade que representa a indústria nacional de autopeças. “Ainda que a participação no total da frota circulante ainda seja inexpressiva, esses veículos passaram de 0,1% em 2019 para 0,4% em 2023 e dobraram fatia para 0,8% em 2024”.

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Analisando a última década, a venda de eletrificados passou de 2,9 mil unidades em 2015 para 388,2 mil em 2024, com uma média de crescimento anual de 71,3%. “No confronto com 2023, houve crescimento de 119,2%, refletindo tendência geral de hibridização e eletrificação da frota”, avalia o sindicato.

Na composição da  frota brasileira do ano passado, 41 milhões de veículos são nacionais e 7 milhões importados, com a indústria local respondendo por 85,3% do total em circulação no País, enquanto os comprados no exterior representaram 14,7%, maior índice desde 2018. Houve aumento de 1,3% dos veículos importados na frota circulante em 2023 e de 4,4% em 2024.

“O crescimento acelerado das importações desde 2022 impulsionou as vendas, que atingiram 352 mil (28,7%) e 466,5 mil unidades (32,5%) em 2023 e 2024, respectivamente”, destaca o Sindipeças.

Na avaliação da entidade, o maior interesse do consumidor por veículos portadores de tecnologias modernas de propulsão, caso dos elétricos e híbridos, tende a crescer nos próximos anos, o que deve ampliar as pressões pela antecipação do aumento do Imposto de Importação para 35% sobre os veículos eletrificados, principalmente aqueles provenientes da China.

Com relação à motorização, o volume de modelos flex presente nas cidades brasileiras cresceu de forma contínua nos últimos dez anos. A frota desses veículos passou de 25,6 milhões em 2015 para 37,1 milhões em 2024 (crescimento médio de 4,2% ao ano.).

No comparativo com 2023, esse grupo exibiu crescimento de 3,3% e se manteve como a categoria de maior participação na frota circulante, alcançando 77,1% em 2024.

A frota de veículos a diesel também apresentou avanço contínuo na década apontada, ampliando os volumes de 4,4 milhões em 2015 para 5,8 milhões em 2024 (crescimento médio de 3,2% ao ano). No comparativo entre 2024 e 2023, a alta foi de 4,8%.

Apesar de ocupar o terceiro lugar no ranking de participação (10,0%), o número de veículos movidos apenas a gasolina recuou significativamente ao longo do tempo, de cerca de 12,8 milhões em 2015 para 4,8 milhões em 2024 (queda de 10,9% em relação a 2023).

“Essa retração é explicada pela preferência dos consumidores pelos veículos flex e, mais recentemente, pela transição para os veículos eletrificados”, destaca o Sindipeças no relatório.


Foto: Divulgação/BYD

Alzira Rodrigues
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