A indústria brasileira de pneus encerrou o primeiro trimestre de 2025 com números nada animadores. As vendas internas de 11,7 milhões de unidades representaram queda de 3,1% na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

O segmento de reposição, historicamente responsável pela maior parte dos negócios, contribuiu decisivamente para esse desempenho. Foi o de maior recuo no período, ao registrar 8,46 milhões de unidades frente a 9,3 milhões um ano antes, 9,2% a menos.

Com esse resultado, nem mesmo o aumento significativo de 17,4% nos negócios com as montadoras — de 2,78 milhões para 3,26 milhões de unidades  — evitou o vermelho no balanço total, conforme levantamento da Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos.

Pneus

No geral, o número de pneus para veículos de passeio encolheu 8,5% no primeiro trimestre. Limitaram-se a 5,78 milhões, com as entregas para as montadoras respondendo por 1,8 milhão, 3,1% abaixo, enquanto para a reposição  seguiram 4,03 milhões, 10,7% a menos.

As vendas de pneus para veículos de carga tiveram resultados 5,3% menores que o mesmo período do ano anterior, 1,56 milhão, com as transações com as montadoras praticamente estáveis, 444, 1 mil, e o mercado de reposição encolhendo 7,1%, para 1,11 milhão.

Guerra tarifária pode incentivar exportações para o Brasil 

Em nota oficial, a Anip manifestou preocupação com a guerra tarifária deflagrada pelos Estados Unidos. Com o aumento das alíquotas, avalia a entidade, os países asiáticos devem encaminhar mais exportações para outros mercados.

“O Brasil poderá ser um dos alvos preferidos, o que tende a intensificar ainda mais a entrada de produtos importados no País, colocando em risco a competitividade da indústria nacional e ameaçando a manutenção de empregos e investimentos no setor”, afirma a Anip.

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Os fabricantes locais de pneus cobram do governo “uma defesa comercial agressiva” para evitar que o Brasil se torne o principal destino dessas exportações. “Há cerca de quatro anos estamos enfrentando a invasão de pneus importados da Ásia que muitas vezes entram no País a preços abaixo do custo de produção do pneu nacional.”

Segundo a Anip, mesmo que o governo federal mantenha ativos todos os atuais mecanismos de defesa comercial, são necessárias medidas ainda mais rigorosas de proteção e controle das importações.

O Brasil conta hoje com 21 fábricas de onze fabricantes de pneus. “O setor gera 32 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos e toda essa cadeia produtiva está em risco”, conclui a nota.


Foto: Divulgação

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