Por Alzira Rodrigues| alzira@autoindustria.com.br
O movimento dos caminhoneiros e a consequente paralisação das montadoras afeta diretamente as redes de concessionárias do País, que registram baixo movimento tanto nas lojas como em suas oficinas. “A situação é difícil”, comenta o vice-presidente da Fenabrave, Sérgio Zonta, responsável pela área de caminhões da entidade. “Estamos abertos, sem ter o que fazer”.
Os veículos faturados antes da greve não chegam nas concessionárias, assim como as peças que abastecem as oficinas. “É uma questão de segurança. Não está saindo nada das montadoras”, comenta o empresário.
No caso das concessionárias de caminhões, boa parte localiza-se à beira de rodovias. Sem movimento, não tem cliente. Já no caso das revendas de automóveis, o fluxo caiu drasticamente porque as pessoas estão evitando gastar combustível, adiando compras e mesmo manutenção do veículo.
Zonta explica que no caso dos caminhões extrapesados, o aumento das vendas na faixa de 50% este ano gerou prazo de entrega dos veículos para agosto ou setembro. Já os demais modelos têm estoque nas redes, mas não há movimento nas lojas. “Os próprios empresários da área de transporte estão aguardando para ver as contrapartidas do governo. Por isso está tudo parado”.
O vice-presidente da entidade preferiu não estimar prejuízos e nem queda no volume de vendas ou no faturamento da rede de distribuição brasileira. Mas reconhece que as perdas são inevitáveis, um quadro que afeta a todos os segmento econômicos e a população em geral no momento.
Na sua avaliação, o reflexo do movimento dos caminhoneiros no número de emplacamentos de veículos deverá ser sentido principalmente nos próximos 15 dias, porque a retomada dos negócios após o fim do movimento será gradual.
“Esperamos que a situação toda se resolva em breve. Mas temos de levar em conta que a partir do fim do movimento serão necessários de oito a dez dias para a volta da normalidade no abastecimento e mais alguns dias para a retomada dos negócios em geral”.
As vendas em maio vinham registrando crescimento até a deflagração da greve dos caminhoneiros na segunda-feira, 21, caminhando para mais um recorde no ano. Com a paralisação das montadoras e do movimento nas revendas os números esperados dificilmente vão se concretizar.
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Fonte do mercado informou que de uma média diária na faixa de 10 mil a 11 mil unidades no início da segunda quinzena, o número de emplacamentos baixou para 8 mil na última sexta-feira, 25.
Questionado quanto aos reflexos que as medidas já anunciadas pelo governo em relação ao diesel e ao transporte em geral poderão ter nas vendas futuras de caminhões, Zonta admite que elas podem até favorecer o mercado. “Mas essa é uma parte de um todo. A economia toda tem de reagir. A venda de caminhão é diretamente ligada ao PIB”.
Foto: Divulgação/MAN
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