Por George Guimarães | george@autoindustria.com.br
A FCA revelou nesta segunda-feira, 25, seu plano de investimentos para América Latina. Até 2022 a empresa desembolsará R$ 14 bilhões na região. Antonio Filosa, CEO da divisão, assegurou que 90% do total serão destinados ao lançamentos e atualização de produtos das marcas Fiat, Jeep e Ram.
A maioria, 15 deles, ostentará o logotipo Fiat, enquanto os dez restantes serão divididos entre as duas outras marcas, com pelo menos dois Jeep fabricados em Goiana (PE). Uma inédita picape Ram de 1 tonelada deve ser lançada entre 2021 e 2022, inicialmente importada.
Filosa, porém, não confirma nem descarta a produção do comercial leve no Brasil ou Argentina, as duas bases produtivas do conglomerado na região. “Estamos estudando todas as alternativas.”
Confirmados mesmo como novos veículos de produção nacional, por enquanto, são três utilitários esportivos Fiat de entrada, médio e de maior porte, e um Jeep, um Compass de sete lugares.
O CEO reafirmou também que a empresa trabalha em uma nova geração do Uno, que deve chegar ao mercado já a partir do ano que vem. O modelo atual, lançado em 2010 e que já disputou as primeiras colocações no ranking de carros mais vendidos no Brasil, tem vendas irrisórias atualmente. Somou apenas 4,4 mil emplacamentos no acumulado até maio.
Serão lançados pelo menos quinze produtos Fiat e dez Jeep e Ram
Outra importante frente que será beneficiada pelo novo ciclo de investimentos é área de powertrain. A família Firefly ganhará versões turbinadas, recurso com o qual a FCA pretende dar conta das futuras metas de eficiência contempladas no Rota 2030, programa governamental que ainda segue sem uma data definida para entrar em vigor.
A produção local dos turbos ainda depende de estudos. Já as transmissões automáticas ganharão mais espaço nas linhas de produção locais no período, antecipa a FCA.
Filosa deixou claro, contudo, que produtos eletrificados no Brasil estão nos planos, mas sem grande preponderância em um primeiro momento. A FCA acredita na evolução do etanol como a alternativa mais eficiente — e nturalmente menos custosa — para atingir os níveis de emissões aguardados para os próximos anos.
“Se alguém entende de etanol é o Brasil. Podemos pensar em um híbrido a etanol e no futuro em uma célula de combustível que tenha o etanol como base. Retirar hidrogênio de uma molécula de etanol demanda menos energia do que de uma molécula de água.”
Segundo o executivo, não há previsão de ampliação do parque produtivo nos próximos cinco anos na divisão latino-americana, que não engloba o México.
A FCA tem capacidade hoje para produzir cerca de 1,25 milhão de unidades nas plantas de Betim (MG), Goiana (PE) e na argentina de Córdoba. A empresa trabalhará sobretudo no aumento de eficiência das três plantas, com o aumento da digitalização dos processos rumo à Indústria 4.0.
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Mas questionado se a chegada de pelo menos dois novos produtos em Goiana não demandaria algum aumento de produção, admitiu que o complexo que pode produzir 250 mil unidades anuais, poderia passar para 350 mil, caso necessário.
Crescimento — Os R$ 14 bilhões destinados à operação latino-americana é uma pequena parte, apenas 7%, do pacote quinquenal global anunciado pelo grupo, no início do mês, de € 45 bilhões — perto de € 9 bilhões somente em produtos eletrificados.
Ainda assim, Filosa assegura que a FCA espera ter na América Latina o maior crescimento dentre as suas quatro divisões no próximo quinquênio. “Devemos crescer 5% ao ano até 2022”, afirma o CEO, que projeta que as vendas do grupo na região passe dos atuais 700 mil veículos para 1 milhão de unidades até lá.
No Brasil, Filosa aposta na liderança da empresa em 2018 somadas as marcas Fiat e Jeep. De janeiro a maio o grupo deteve 17,2% de participação, contra 16,9% da General Motors, que lidera com folga quando consideradas as marcas isoladamente. Sozinha, a Fiat segue na terceira colocação, com 12,8% das vendas.
Foto: Divulgação/FCA
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