Por Décio Costa | decio@autoindustria.com.br
A Scania anunciou a chegada de sua nova geração de caminhões, linha que também marca uma nova postura da empresa junto ao transportador. As encomendas começam a ser aceitas na última semana de outubro e entram em produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), em fevereiro. A gama enterra o conceito de modelo em série, para entregar soluções especificas a cada aplicação.
“Não se trata só do caminhão, mas de um conjunto de componentes necessários para o que o transportador consiga o máximo de rentabilidade”, resume Celso Mendonça, gerente de desenvolvimento de negócio da Scania. “Com acesso ao portfólio global, as possibilidades aumentam. O foco agora é na aplicação do cliente.”
Atual gama com as cabines serão descontinuadas para dar lugar às novas P, G, R, S e XT, das quais as duas últimas nomenclaturas são completas novidades ao mercado brasileiro. A S, com 2,07 metros, é a maior da linha e dotada de piso baixo e, a XT, desenvolvida para as aplicações severas. Das sete possibilidades de variações de cabines que a linha de hoje permite saltará para 19 com a nova geração, a partir de diferentes alturas de teto e piso. As cabines são inteiramente novas por dentro e por fora, sem compartilhar qualquer componente com as P, G e R de hoje.
No chassi, concebido a partir de novos materiais, o eixo dianteiro foi reposicionado 50 mm adiante, além do berço do motor ter sido rebaixado. O rearranjo proporcionou melhorias na frenagem e tornou o conjunto mais estável. A nova geração ampliará também as possiblidades de configuração de rodas, das atuais sete para 14, do convencional 4×2 ao 10×6. Também para o entre-eixos o cliente terá à disposição até 26 medidas contra as cinco de hoje.
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As opções de motores também ganham incremento com a nova linha. Passarão a fazer do cardápio, quatro blocos, de 7, 9, 11 e 13 litros, com 11 potências, de 220 cv a 620 cv, dentre os quais a fabricante introduz um de 540 cv, uma novidade para o mercado transportador.
Com o compromisso de liderar a transformação em busca de um sistema de transporte sustentável, a Scania passar a oferecer na nova gama motores movidos a bioetanol com 280 cv, 400 cv e a biometano, com 280 cv, 310 cv ou 410 cv.
“É uma nova jornada que se inicia na companhia”, adianta Christopher Podgorski, presidente da Scania na América Latina. “Não há dúvidas de que a eletrificação e a automatização chegarão aos caminhões. A nova geração é plataforma pronta para receber novas tecnologias. Mas a descarbonização no transporte já é uma realidade e os combustíveis alternativos representam um caminho para acelerar o processo.”
A nova geração de caminhões ampliou a base de suprimentos, com 14 novos fornecedores
Segundo a Scania, o conjunto de componentes oferecido pela nova linha de veículos, proporciona até 12% de economia de combustível, considerando os aperfeiçoamentos na aerodinâmica da cabine, desenvolvida em parceria com a Porsche, e na tecnologia XPI do motor, no qual foram alterados blocos, câmara de combustão e sistema de injeção, entregando consumo de combustível 2% menor na comparação com a geração atual.
A nova geração de caminhões da Scania chega por aqui dois anos depois de ter sido lançada na Europa, em 2016. Seu desenvolvimento demandou um dos maiores investimentos em produto já feito pela companhia, de € 2 milhões.
Por aqui, a Scania vive um ciclo de investimento de R$ 2,6 bilhões para o período 2016-2020. De acordo com Podgorski, R$ 1,5 bilhão já foram aportados, boa parte dele para adequar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para a chegada da nova linha, como também na unidade de Tucumã, na Argentina, onde produz componentes da transmissão. “A nova geração de caminhões ampliou a base de suprimentos com 14 novos fornecedores, além de também exigir investimento em ferramental nos parceiros”, revela Podgorski.
Segundo o presidente da montadora, a fábrica da Scania produzirá o máximo possível da atual geração até dezembro. Em janeiro, as atividades encerram para férias coletivas, quando entram em ação mais de 1.100 pessoas com a missão de aprontar as linhas para a chegada dos novos produtos. Podgorski estima que encerrará 2018 com 27.000 unidades produzidas, crescimento em torno de 28% em relação ao volume do ano passado, por volta de 21.000 caminhões.
Fotos: Scania/Divulgação
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