Aindústria automotiva e o mercado de veículos na Argentina seguem encolhendo a passos largos. As vendas das montadoras para as concecionárias em abril deram mostras, mais uma vez, da crise por que passa a economia local. Foram entregues aos revendores apenas 28,5 mil veículos nos trinta dias do mês passado, 15,5% menos do que em março e um tombo de 60,9% frente ao volume registrado um ano antes.
O resultado acumulado só reforça esse quadro sem qualquer perspectiva de grande alteração no curto prazo: de janeiro a abril foram negociados no atacado 122,6 mil veículos no mercado interno argentino, queda de 57,8% frente ao mesmo período do ano passado.
A produção, em abril, foi de apenas 30,3 mil unidades, 33,9% abaixo do registrado em abril de 2018. No acumulado do primeiro quadrimestre, a Argentina fabricou somente 107 mil veículos, recuo de 31,6% sobre as 156,4 mil unidades fabricadas de janeiro a abril de 2018.
Não fosse as exportações e as linhas de montagem teriam trabalhado em ritmo ainda mais lento ao longo deste ano. Só em abril, foram embarcados 20,5 mil unidades, 3,2% a mais do que em abril de 2018 e dois terços do total fabricado no período.
Ainda assim, até os negócios externos exibem perdas em 2019. Nos quatro primeiros meses do ano, saíram da Argentina rumo a outros países, especialmente para o Brasil, 68,4 mil automóveis e utilitários, 11,4% a menos do que no primeiro quadrimestre de 2018.
“ Temos que ser cuidadosos para fazer prognósticos, já que os números atuais têm base comparativa alta com os primeiros meses de 2018. Lembremos que nesta mesma época do ano passado, tudo indicava que caminhávamos para um novo recorde histórico”, disse Luis Fernando Peláez Gamboa, presidente da Adefa, a associação dos fabricantes de Veículos da Argentina.