Tema recorrente no setor automotivo há décadas, mas que até então vinha sendo tratado com discrição pela atual gestão da Fenabrave, o excesso de vendas diretas finalmente mereceu destaque por parte dos dirigentes da entidade a partir da consolidação do balanço dos emplacamentos do primeiro semestre do ano.
As vendas diretas bateram recorde de participação no mercado de automóveis e comerciais leves em junho, com fatia de 47,8%, e também no acumulado do ano, com 45,6% – esse índice no primeiro semestre do ano passado estava em 40,4% e em janeiro foi de 36,9%.
O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, definiu os negócios nessa área como um fenômeno atípico neste momento, porém reconheceu não ser uma prática de venda saudável por envolver desequilíbrio de volume e preço.
Segundo ele, as montadoras intensificaram as vendas diretas por causa da retração no mercado argentino. “Houve um desvio dos carros que iam para lá para o mercado interno e como o varejo está praticamente estável em relação ao ano passado a saída foi desovar no atacado”.
Os descontos praticados nesse tipo de negócio, no entanto, foram definidos por ele como ilegais e imorais. “A Fenabrave não é contra a venda direta. É contra a postura que vem sendo adotada neste momento e é grande a nossa crença de que venhamos a ter um equilíbrio mais favorável para todos entre varejo e atacado”.
De acordo com o presidente da Fenabrave, a questão da venda direta é discutida há mais de 30 anos na entidade, envolvendo tanto dicussões com a Anfavea como as realizadas pelas associações de marca junto às respectivas montadoras.
Do total de 1,25 milhão de automóveis e comerciais leves licenciados no primeiro semestre, 562,7 mil foram desovados pelo sistema de vendas diretas, que além dos negócios no atacado também envolvem transações com o público PcD (pessoas com dificiência) e produtores rurais. Em relação ao mesmo período de 2018, as vendas diretas cresceram 23,6%.
Já os negócios realizados no varejo cresceram apenas 2,1%, de 686,1 mil unidades nos primeiros seis meses do ano passado para 671,7 mil no acumulado de 2019. O consumidor comum, segundo Alarico, está em compasso de espera em função do atual quadro econômico.
No caso das vendas diretas, cresceu fatia dos negócios no atacado – aqueles feitos junto a locadoras e grandes frrotistas – no bolo total. O porcentual passou de 65,9% ppara 68,8% no comparativo interanual, enquanto os negócios relativos ao público PcD e pequenos produtores rurais baixou de 34,1% para 31,2%.
Por conta da participação crescente dos negócios no atacado no mercado total, a Fenabrave renovou o seu Comitê de Vendas Diretas, que agora conta com a pariticipação “dos concessionários que têm a barriga no balcão”, como definie Assumpção Jr, além dos representantes de associações de marca.
Foto: Divulgação/Fenabrave
- 2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil” - 19 de dezembro de 2024
- 2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro - 19 de dezembro de 2024
- Importações de autopeças avançam 11%, exportações recuam 14% - 18 de dezembro de 2024
No Brasil existem certas regras ridículas, que ao invés de ajudar o comercio acaba é travando o comercio. Exemplo disso é o fato de existir uma tabela no valor de R$ 70.000, mil, para o deficiente poder realizar sua compra de veículo com todos os seus direitos. Isso é um absurdo, se o cliente PCD, tem condição de comprar um veículo acima desse valor, por que tachá-lo, isso é uma forma de discriminação. por que para o taxista não se existe essa tabela. Abre o olho Brasil e deixa o pais crescer, deixa a industriar aumentar suas vendas, as vezes por causa de fazer conta de um certo imposto, acaba travando a economia e impossibilitando o país de crescer e gerar emprego.