A reação do mercado em junho sobre maio refletiu, ao menos em parte, o represamento das vendas nos dois meses anteriores, quando nem todos os Detrans do País estavam funcionamento. Dos 132,8 mil veículos emplacados no mês, estima-se que cerca de 30 mil eram de vendas anteriores não computadas nos emplacamentos.
Os estoques ainda estão elevados e julho começou relativamente fraco, com vendas diárias na faixa de 5 mil a 6 mil unidades, ante as 6,3 mil do mês passado. “Estamos monitorando os números de emplacamentos diariamente”, destaca o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, comentando que julho começou com uma venda diária na faixa de 5 mil a 6 mil unidades e que os estoques ainda estão acima do ideal.
As vendas diárias em junho situaram-se numa faixa de 6,3 mil unidades se for considerado o balanço oficial do mês e de 4,9 mil se não forem computados os emplacamentos represados de abril e maio. Ou seja, não se pode falar em reação do mercado neste início de mês.
De acordo com dados da Anfavea, os estoques baixaram de 200,1 mil para 157,6 mil veículos de maio para junho, com redução de 45 para 36 dias de capacidade de venda. Mas tirando-se as 30 mil emplacamentos que representariam vendas passadas, a Anfavea fala em estoque de 46 dias, ainda elevado, considerando que o ideal seria de 30 a 35 dias.
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“Cada montadora vai ter de adequar sua oferta à demanda para equilibrar os estoques nas redes”, comenta Moraes. Na sua avaliação, agora em julho não deve haver mais emplacamentos de vendas feitas anteriormente, ou seja, o número será mais real.
O presidente da Anfavea confirmou a falta de caminhões pesados e extrapesados nas concessionários, conforme informações divulgadas na semana passada pela Fenabrave. Mas disse que as fabricantes de pesados estão preparadas para adequar a produção à demanda e suprir os segmentos que registraram falta de alguns modelos.
Com relação ao mercado como um todo, o executivo acredita até que julho pode ser um pouco melhor que junho, mas nada indica uma retomada mais efetiva do mercado. Tanto é que a Anfavea manteve a projeção feita no início de maio de queda de 40% nas vendas internas este ano, para 1.675 mil veículos. Antes da pandemia, apostava-se em alta de 9,4%, para mais de 3 milhões de unidades.
Foto: Diovulgação/Peugeot
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