Conforme havia prometido, a Anfavea revisou nesta quarta-feira, 7, as projeções para 2020. Todos os indicadores de queda são menores do que os estimados em julho, estimando-se agora queda de 31% para o mercado interno, ante os 40% anteriores, e recuo de 35% na produção, contra os 45% anteriores.

Ao divulgar os índices, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, fez questão de falar em um cenário menos pior do que aquele apresentado na metade do ano, no auge da quarentena, mas também em otimismo cauteloso, visto que pelo balanço de setembro – o melhor mês de vendas do ano – os números de emplacamentos e de produção podem ficar acima das novas estimativas.

“Tem fatores positivos, como a poupança guardada, gastos com viagem adiados, manutenção da redução do IOF sobre financiamentos, compras das locadoras e preferência pelo transporte individual por causa da pandemia”, destacou o executivo. “Mas tem os negativos, com a questão do desemprego, redução do auxílio emergencial, aumento de custos e disponibilidade de insumos, que podem impedir uma retomada mais rápida neste final de ano”.

Se confirmadas as novas projeções, as vendas internas vão atingir 1.925.000 veículos – pior resultado desde 2005 – e a produção, 1.915.000 veículos, o menor volume desde 2003. Vale lembrar que no início do ano, antes da pandemia, a estimativa era de altas respectivas de 9,4% e 7,3%. O mercado de automóveis e comerciais leves deve ficar em 1.828.000 undiades (menos 31%) e o de caminhões e ônibus em 97 mil, queda de 21%.

Nas exportações, estima-se o embarque 284 mil veículos, 34% a menos que no ano passado, pior volume desde 1999. Para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, as projeções são um pouco melhores, com crescimento de 5% nas vendas, mas quedas de 4% na produção e de 31% nas exportações.

Assim como o mercado interno, também a produção cresceu em setembro sobre agosto. Foram fabricadas 220,2 mil, alta de 4,4% nesse comparativo. No acumulado do ano, no entanto, houve retração de 41,1% na produção, que baixou de 2,26 milhões de unidades em 2019 para 1,33 milhão em 2020.

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Ao contários dos últimos meses, quando o desemprego foi crescente, o quadro de mão de obra em setembro teve pequena variação positiva, ficando em 122,1 mil postos de trabalho, ante os 121,9 mil de agosto. Isso deve-se a contratações principalmente pelos fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias e também a reintegração de funcionários pela Renault.

Tudo indica, no entanto, ser inevitável a volta da redução do efetivo do setor neste final de ano, visto que muitas montadoras estão com PDVs, Programas de Demissão Voluntária, em andamento.


Foto: Divulgação/Mercedes-Benz

Alzira Rodrigues
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