A fábrica de Porto Real, RJ, base produtiva da Peugeot e Citroën no Brasil desde 1991, ganhou o melhor presente que poderia receber em seu aniversário de 20 anos comemorado nesta segunda-feira, 1º de fevereiro. Agora sob a Stellantis, recém-constituída quarta maior montadora mundial, a unidade começará a produzir mais um veículo muito em breve.
O novo modelo está previsto para chegar ao mercado brasileiro já no segundo semestre deste ano, confirmou em comunicado Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul. Sua confirmação reforça a afirmação mundial do grupo de que não pretende fechar qualquer fábrica após a fusão da FCA e PSA, oficializada no mês passado.
“Desde 2019, foram investidos cerca de R$ 220 milhões na fábrica para a implementação de uma variante da nova plataforma global modular CMP, que dará origem a uma nova família de veículos”, declarou o executivo, sem revelar qual marca e modelo q inaugurará essa nova fase de Porto Real que iniciou suas operações fabricando o Peugeot 206 e o Citroën Picasso.
O novo veículo, contudo, deve ser o SUV que substituirá a atual geração do C3 e também o AirCross. O hatch, veículo de entrada da marca aqui, está praticamente “aposentado” dos planos da Citroën há alguns anos. No ano passado, teve somente 968 licenciamentos contra 2,8 mil em 2019 e 6,4 mil em 2018. A marca negociou 13,5 mil veículos no Brasil no ano passado — 9,5 mil apenas do C4 Cactus, SUV maior do que o futuro veículo e seu último lançamento genuinamente novo e no mercado desde 2018.
Segundo a Stellantis, a implementação da plataforma CMP (Common Modular Platform) acelerou o processo de modernização do complexo industrial, que recebeu cerca de R$ 580 milhões em melhorias entre 2016 e 2018.
“Porto Real chegou a figurar por duas vezes como a Top 1 no ranking mensal mundial de qualidade envolvendo todas as fábricas da empresa antes da fusão que originou a Stellantis”, recorda Jean Mouro, vice-presidente de Operações Monozukuri da América do Sul.
A fábrica do sul-fluminense completa duas décadas com mais de 1,7 milhão de veículos produzidos de 16 modelos Peugeot e Citroën, além de mais de 2 milhões de motores.
Nos últimos anos, porém, sofreu com o alto índice de ociosidade e o baixo ritmo de suas linhas determinados pelo mercado em declínio e também pelas estratégias mundiais da PSA para cortar custos e investimentos em veículos e mercados de baixa rentabilidade, e retornar à rentabilidade.
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Curiosamente, foi Carlos Tavares, então CEO da PSA e agora da Stellantis, quem comandou esses movimentos globais do grupo francês batizados inicialmente de “Back in the Race” e “Push to Pass” e que, em última análise, culminaram com o encolhimento da operação brasileira a ponto de Peugeot e Citroën tornarem-se mera coadjuvantes do mercado interno.
Em 2020, as duas marcas da então PSA somaram apenas 26,9 mil licenciamentos, participação de somente 1,4%. Muito diferente da FCA, o outro braço originário da Stellantis, que,com as marcas Fiat, Jeep e Ram, liderou as vendas no País com mais de 22% dos emplacamentos.
Foto: Divulgação
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