Vender ou revender automóveis novos ou usados não é para principiantes, já se diz faz tempo no Brasil. Essa expressão, porém, nunca foi tão verdadeira como agora, após o surgimento da pandemia. Medidas governamentais que, sabiamente, restringem a circulação de pessoas e o funcionamento do comércio aceleraram as vendas online no segmento que reúne milhares de lojas independentes, concessionárias e grandes grupos empresariais.
Assim, manter-se em destaque nesse universo virtual é para poucos, exige know how e investimentos. A plataforma de vendas online de automóveis Karvi sabe bem disso e acaba de lançar pacote de serviços que, tudo indica, será “uma mão na roda” sobretudo para os pequenos e médios revendedores nessa corrida por visualizações e, em última análise, fechamento de negócios à distância.
A plataforma se dispõe a dar garantia mecânica de 12 meses para todos os carros com até 15 anos de uso vendidos pelas lojas associadas, além de produzir vídeos e fotos com qualidade profissional dos veículos em estoque. A garantia para motor e transmissão será concedida após vistoria independente contratada pela própria Karvi e que avaliará 150 itens, sendo um terço do total por meios eletrônicos, como scanners.
De antemão, o lojista não desembolsará qualquer quantia para ter seus veículos certificados e com imagens profissionais no site da Karvi e mesmo de outras plataformas e classificados, nas quais a própria startup anuncia. A remuneração — um porcentual — acontecerá somente quando o veículo for efetivamente negociado.
Para isso, o contato com o cliente é liderado pelos profissionais da Karvi, que também ajudarão os lojistas associados a melhor precificarem seus veículos com base em diversos parâmetros e perfis determinados pela base de dados da própria plataforma.
Matías Fernández Barrio, CEO e cofundador da Karvi, entende que dentre os ganhos dos lojistas com o serviço está a transparência negocial — credibilidade — que veículos com garantia representam aos olhos dos potenciais clientes.
“Quanto mais informações oferecemos, mais clientes estarão interessados”, afirma o executivo da Karvi, que oferece os novos serviços inicialmente para revendedores do Estado de São Paulo, mas que ampliará esse universo para outras regiões no transcorrer de 2021.
A grande escala que a startup espera alcançar, revela Barrio, é o segredo para ofertar pacotes de serviços que, individualmente, pesariam bem mais no bolso dos lojistas menores. Para ilustrar, ele cita a opção oferecida pela Karvi de entrega do veículo negociado na casa do cliente. “Ficaria muito mais caro para apenas um revendedor contratar um caminhão com plataforma para uma única entrega.”
A Karvi começou a operar efetivamente no Brasil em meados do ano passado e experimenta um rápido crescimento. Até o fim de fevereiro, calcula o CEO, terá perto de 13 mil veículos anunciados de centenas de revendedores , contra os atuais 8 mil.
Mas o número de 50 mil automóveis projetado para o encerramento de 2021, primeiro ano cheio no mercado local, dá bem noção do ritmo que a startup espera imprimir nos próximos meses, também muito amparado pelos novos serviços.
Barrio reconhece que a Covid-19, em boa medida, representou um empurrão para os negócios online de veículos que já vinham em ascensão. Prova dessa evolução das vendas à distância é a própria chegada da plataforma no País, apenas apenas dois anos depois de ser criada na Argentina com aporte de US$ 4,5 milhões — 80% já com vistas ao mercado brasileiro.
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Em novembro, a startup comemorou a marca de 1 milhão de visitas mensais e iniciou um ambicioso segundo ciclo de investimentos de US$ 15 milhões em tecnologias, ferramentas digitais e os novos serviços que serão lançados também na Argentina já em março.
Triplicar os recursos iniciais em tão pouco tempo tem como objetivo cumprir a meta da Karvi de atingir o patamar de 1 milhão de veículos vendidos por ano no Brasil até 2025.
Potencial não falta, segundo Barrio. Ele calcula que vendas online, sem qualquer presença física em todo o processo de compra, representam ainda somente 0,5% do total de veículos negociados na América Latina, Brasil incluído. “Na Europa e em algumas cidades dos Estados Unidos esse índice já é de 10% a 15%”, compara.
Foto: Divulgação
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